Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sisan), organizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de 2006 até abril de 2017 mais de 43 mil casos de acidentes de trabalho considerados graves já foram registrados no Paraná. Uma das principais causas destes acidentes é o contato com máquinas, em indústrias e empresas, produzindo risco de lesões. Grande parte deste maquinário não atende a algumas regras básicas de segurança para preservar a saúde do trabalhador.

Um acidente é considerado grave quando envolve amputações, fraturas, traumatismos múltiplos ou quaisquer outras complicações que afetem de forma drástica a integridade do trabalhador. Esta é a realidade em 89% dos casos registrados no Estado.

“Os acidentes de trabalho são um problema de saúde pública e que gera custos para toda a sociedade. Os técnicos da saúde devem orientar e adotar medidas administrativas que visam corrigir processos e condições de trabalho, em especial em máquinas obsoletas e sem proteção”, informou José Lucio dos Santos, chefe do Centro Estadual de Saúde do Trabalhador.

SEGURANÇA – Para evitar que este número cresça ainda mais, a Secretaria Estadual da Saúde recomenda que empresas adotem maquinário seguro. Este é um conceito que vai além do que o próprio nome sugere. Muito mais do que máquinas que proporcionam maior segurança ao trabalhador, maquinário seguro é um conjunto de ações, feitas geralmente por um engenheiro do trabalho, onde se avaliam todas as possíveis situações de risco que o trabalhador possa estar suscetível em seu ambiente de trabalho, desde disposição dos equipamentos até sensores que possam impedir o funcionamento involuntário do mesmo.

“O problema não é só a máquina. Maquinário seguro é todo um processo de avaliação. O engenheiro se preocupa com todas as situações de risco dentro da empresa”, disse Juliana Cipriani Presiazniuk, coordenadora de Segurança e Saúde no Trabalho do Sesi no Paraná, instituição que oferece consultoria especializada para que as empresas possam se adequar da melhor forma a evitar acidentes e manter a saúde de seus funcionários.

NORMA – Esta prática tem sido vista com bons olhos pelas empresas, pois vai de encontro à Norma Reguladora 12 (NR12). Este conjunto de regras estabelece requisitos mínimos para prevenção de acidentes dentro das empresas e garante a integridade dos trabalhadores. Entretanto, muitas empresas acabam sabendo de sua existência apenas quando são alvo de fiscalizações.“Infelizmente não existe a cultura da prevenção. A maioria dos casos das solicitações de consultoria surgem após uma fiscalização que a empresa tenha sofrido. Muitas empresas até querem estar de acordo com a NR12, mas não sabem como fazer isso”, enfatiza Juliana.

“A prevenção de acidentes é um investimento e não um custo. Quando ocorre um acidente, o empregador tem dois tipos de prejuízo: diretamente ele é afetado com multas, encargos e o afastamento do trabalhador; e indiretamente, quando o trabalhador acidentado se ausenta de suas atividades, influencia os demais funcionários, o que atrapalha a produção”, completa Juliana.

FINANCIAMENTO – A Fomento Paraná oferece uma linha de crédito especial para empresas de todos os portes que queiram trocar seu maquinário. O processo é simples e é dirigido a empresas de todos os portes, desde uma marcenaria até indústrias. Para saber mais informações acesse www.fomento.pr.gov.br.

Fonte: AEN