Muita gente acha que o zumbido é uma doença, mas na verdade não é. Aquela sensação de apito, chiado insistente ou barulho semelhante a um grilo, que geralmente fica para ser resolvida ‘depois’, pode ser um sinal de alerta para a perda auditiva.
Na maioria dos casos, o zumbido é uma percepção auditiva notada apenas pelo paciente, dificultando, assim, a investigação do problema.
Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 28 milhões de pessoas no Brasil sofrem com o problema. No mundo, de acordo com informações da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 20% da população mundial têm algum grau de deficiência auditiva ou sofre com zumbido.
José Luiz Pires, médico otorrinolaringologista do Hospital Otorrinos Curitiba, lembra que a causa mais comum do zumbido é a perda auditiva, principalmente por exposição a ruídos ou presbiacusia (perda auditiva que afeta as pessoas na terceira idade). No entanto, também pode ser causado por inúmeros problemas clínicos, otológicos ou neurológicos.
“O zumbido pode ser causado por perfuração timpânica, medicamentos, estresse, cera em excesso, diabetes, colesterol e/ou triglicerídeos altos, hipertensão arterial, doenças da tireoide, depressão, ansiedade, ou seja, as causas são diversas”, acrescentou o especialista.
É possível prevenir o zumbido?
De acordo com o otorrino, é possível prevenir o zumbido, buscando um estilo de vida saudável, com prática regular de atividade física e uma alimentação saudável.
“Desta forma, evitam-se várias doenças metabólicas e também mantém longe o estresse, a ansiedade e a depressão. Além disso, também evitar a exposição a sons muito altos para não ter perda auditiva precoce e, consequentemente, o zumbido”, avaliou o otorrino.
Falando em estilo de vida saudável, prestar atenção na alimentação está entre os cuidados necessários para quem quer ficar longe desse problema, principalmente em relação à cafeína e ao álcool.
“A cafeína está presente no café, em alguns chás e refrigerantes, e contribui bastante para a geração do zumbido. É uma substância que aumenta a percepção do zumbido por ser estimulante do sistema nervoso central. Além disso, o abuso do álcool e do cigarro, e até mesmo o excesso de chocolate, interferem, podem ser considerados gatilhos. Portanto, o consumo consciente dos alimentos é fundamental”, ressaltou o especialista.
Tratamento para o zumbido
O médico orienta uma avaliação com um médico especialista quando os sintomas aparecerem.
“O tratamento adequado dependerá da origem do sintoma. É sempre importante lembrar que ele precisa ser individualizado, de acordo com as causas de zumbido de cada paciente. Mas sempre existe uma maneira de ajudar o paciente, como por exemplo, com a técnica TRT (Tinnitus Retraining Therapy), método de tratamento que visa eliminar a percepção do zumbido”, reforçou Pires.
Em alguns casos, o tratamento pode ser simples, com o uso de antibiótico para tratar uma infecção ou a remoção do excesso de cera, por exemplo. Em outras situações, o tratamento pode ser mais demorado e necessitar de outras alternativas para eliminar os sintomas e a cooperação de outros profissionais como dentistas, neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e psiquiatras.
Foto: Divulgação
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