noticia_261577_img1_bombaO terceiro protesto contra o aumento das tarifas de ônibus em Curitiba, ontem, e que reuniu cerca de 10 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, começou pacífico na Boca Maldita no começo da noite desta segunda-feira (17), mas terminou com o Batalhão de Choque da Polícia Militar usando bombas de efeito moral, por volta das 22h30, para dispersar um grupo que tentava invadir o Palácio Iguaçu.Neste momento, pouco mais de mil manifestantes estavam em frente à sede do governo estadual.


Segundo relatos via redes sociais, manifestantes disseram que um grupo de menos de 100 pessoas tentava entrar à força no Palácio. O Choque estava dentro do prédio e não permitiu a invasão. Os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Quatro pessoas foram detidas. Não havia registro de feridos.“Estamos apenas fazendo a defesa das instalações do governo”, disse o coronel Milton Izack Fadel Junior, comandante do 1º Comando Regional da PM, a rádios da Capital. O governador Beto Richa também se manifestou na noite de ontem por meio do Twitter, dizendo que a tentativa de invasão ao Palácio foi uma ação de “vândalos infiltrados numa manifestação pacífica”. “Lamentável. A polícia teve que intervir, infelizmente. Respeitamos a manifestação, mas temos que zelar pela ordem pública”, postou o governador. O manifesto foi organizado pelo Facebook e tinha cerca de 28 mil pessoas confirmadas até às 18h30. O ponto de partida foi a Boca Maldita, no centro da cidade. De lá, por volta das 18 horas, cerca de 5 mil pessoas seguiram rumo ao centro, passando pela Praça Rui Barbosa, rua André de Barros, Sete de Setembro e outras. A cada rua, a manifestação conquistava mais adeptos. No final, parte dos manifestantes seguiu até a frente do Palácio Iguaçu, no Centro Cívico.No começo o protesto mantinha o caráter pacífico, embora contestador.

Mas um grupo mais exaltado forçava a entrada no Palácio. Houve até discussão entre os participantes do ato. A maioria não queria vandalizar a passeata.No final, quando boa parte dos manifestantes deixou a frente do Palácio, o tal grupo forçou a invasão, rechaçada pelo Choque. A manifestação terminou por volta das 23h15. O Choque ficaria no local até a manhã de hoje, pelo menos.Diálogo — Mais cedo, representantes da Prefeitura receberam líderes de movimentos sociais, do Ministério Público e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR). A intenção era negociar que a manifestação fosse pacífica. “A cidade não quer seguir o exemplo de outros lugares, em que o confronto está ocorrendo”, disse o Secretario Municipal de Relações com a Comunidade, Caíque de Ferrante. “É legitima a manifestação, não temos porque reprimir”. Ainda de acordo com Ferrante, uma nova conversa deve ser marcada nesta semana a pedido dos manifestantes, que também pedem a presença do prefeito Gustavo Fruet para debater o valor da tarifa.

Fonte Bem Paraná, foto Franklin Martins