Tratamento para asma ajuda a diminuir a gravidade das crises; saiba como prevenir a doença

Tosse seca, chiado no peito, dificuldade para respirar e respiração curta e rápida: esses são alguns dos sintomas da asma, doença respiratória crônica comum cujos sinais podem piorar nas primeiras horas da manhã ou à noite. Esses indícios também podem se fazer presentes depois da prática de atividade física, exposição à poluição do ambiente ou a mudanças climáticas.

Segundo o alergista e imunologista e presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia – regional PR (ASBAI-PR), Dr. Marcelo Jeferson Zella, a asma é uma doença inflamatória crônica (causada por uma inflamação das vias aéreas inferiores) que pode se manifestar de diversas maneiras. Algumas pessoas apresentam início precoce, já no primeiro ano de vida, e outras desenvolvem depois de adultos. Se não tratada, pode levar à morte.

“Infelizmente a asma pode ser fatal. O tratamento adequado pode evitar as crises e diminuir a gravidade delas. Quando a crise está muito intensa e não é feito o tratamento correto, a asma pode levar à morte”, lembrou o especialista.

Segundo a ASBAI, a asma atinge cerca de 20 milhões de brasileiros, entre crianças e adultos. Desse total, cerca de 5% apresentam a forma mais grave da doença. A asma é responsável pela 4ª causa de internação no Brasil e pela morte de cerca de duas mil pessoas por ano.

Como prevenir a asma
Manter o ambiente sempre higienizado e evitar o acúmulo de poeira são algumas das medidas tomadas para evitar a asma.

O Dr. Marcelo ressalta, ainda, que pacientes com asma podem apresentar crises quando têm contato com substâncias que causam alergia (ácaros da poeira de casa, pólens, pelo de animais), com variações climáticas, durante atividades físicas, quando têm contato com poluição e fumaça de cigarro e, principalmente, quando apresentam infecções respiratórias.

“A orientação da higiene ambiental é muito importante nesses pacientes, bem como o tratamento adequado das infecções respiratórias”, aconselhou.

Como vários fatores podem causar a asma, existem alguns em que é possível evitar, como por exemplo, ficar longe da fumaça do cigarro.

“As crianças cujas mães fumam têm maior chance de terem crises de asma, além de terem pior controle dos sintomas. Pacientes que têm rinite alérgica também têm maior risco de desenvolver asma, e o tratamento da rinite e o acompanhamento adequado com o médico podem prevenir o desenvolvimento da doença”, esclareceu o médico.

Confira outras dicas para prevenir a asma:

– evite cheiros fortes;
– nos dias frios, agasalhe-se bem;
– tenha uma alimentação saudável;
– beba bastante líquido;
– evite oscilações de peso.

Paciente com asma pode praticar atividade física?
Não só podem, como devem. Segundo o alergista, os pacientes com asma devem ter em suas rotinas a prática regular de exercício físico, sempre respeitando suas limitações individuais.

“O tratamento adequado previne que o paciente tenha sintomas durante o exercício. Existem muitos atletas que têm asma e que começaram a praticar esportes como parte do tratamento”, comentou.

Os nadadores Cesar Cielo e Gustavo Borges e a jogadora de futebol Marta, por exemplo, são alguns dos atletas que têm asma.

Obesidade e asma
A prevalência da obesidade e da asma tem aumentado nos últimos anos, o que pode ser explicado pelas mudanças no estilo de vida que aconteceram na humanidade. De acordo com o Dr. Marcelo, existem vários estudos mostrando a relação entre as duas doenças.

“A obesidade pode gerar um efeito mecânico, diminuindo a capacidade pulmonar dos pacientes e acarretando em mudanças no sistema imunológico que propiciam a inflamação. O excesso de peso dificulta a prática de atividades físicas e está diretamente relacionado ao aparecimento de sintomas no exercício. A obesidade também está relacionada a inadequações na dieta, com menor ingestão de nutrientes como vitaminas e ácidos graxos, o que pode aumentar sintomas respiratórios”, explica o alergista.

Para Marcelo, o processo inflamatório desencadeado pela obesidade pode diminuir a resposta ao tratamento e aumentar a frequência e intensidade dos sintomas. “Logo”, completa o especialista, “a obesidade pode ser fator de risco para a maior gravidade da asma”.

Convivendo com a asma
Como toda doença crônica, a asma requer acompanhamento e tratamento adequados. A pessoa com asma pode ter vida normal, desde que tenha orientações adequadas sobre como controlar os sintomas e prevenir crises.

Embora a asma tenha sintomas bem característicos, em alguns casos eles podem ser confundidos com os de outras doenças. Por isso, é recomendado que o paciente que desconfie que seja asmático procure um médico alergista para o diagnóstico e tratamento corretos.

Foto: Divulgação
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