São José dos Pinhais fará Audiência Pública referente à Ferroeste

A Prefeitura de São José dos Pinhais, por meio da Secretaria de Urbanismo, Transportes e Trânsito promove no dia 24, próxima terça-feira, Audiência Pública referente à Ferroeste e seus impactos no município.

A Audiência foi encaminhada pelo Estado e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA), para a apresentação de estudos que visam consolidar os dados do estudo de impacto e relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA), que dizem respeito ao o projeto de construção de uma nova ferrovia ligando Dourados (MS) ao Porto de Paranaguá/Pontal do Paraná (PR).

Um ciclo de Consultas Públicas, com a finalidade de ampliar o debate em torno da necessidade de atualizar o modal ferroviário paranaense, foi organizado pelo Governo do Estado do Paraná, a Secretaria de Infraestrutura e Logística e a Estrada de Ferro Paraná Oeste (Ferroeste).

Em São José dos Pinhais a Audiência Pública acontecerá nas dependências do Ginásio Max Rosenmann, no Afonso Pena, a partir das 19h, e a administração pública municipal chama a população para participar efetivamente desta oportunidade, que terá impactos diretos no município.

O quarto ramal da Nova Ferroeste, que ligará Maracaju (MS) a Paranaguá (PR), tem como objetivo que o trecho da Serra do Mar seja construído em pista dupla para permitir o tráfego de locomotivas nos dois sentidos ao mesmo tempo, dando mais agilidade ao transporte.

Partindo de Guarapuava, o traçado da Nova Ferroeste vai seguir até o município de Inácio Martins, onde fará um novo trajeto pela encosta da Serra da Esperança. Na Lapa terá início um contorno da Região Metropolitana de Curitiba, atualmente inexistente. O desvio passa por Contenda, Araucária, Mandirituba, Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais, onde tem início a nova descida da Serra do Mar.

Dos 55 quilômetros entre São José dos Pinhais e Morretes, os trilhos seguirão em paralelo à BR-277, sempre que a topografia permitir, na chamada área de domínio, como sugere o Plano de Desenvolvimento Sustentável do Litoral (PDS- L). O trilho terá túneis, pontes e viadutos, incluídos no projeto para diminuir a supressão de área verde e o impacto ambiental. Nenhuma área de proteção integral será interceptada pelo empreendimento.

Nas últimas décadas, a produção agrícola e o Porto de Paranaguá se modernizaram, mas a ligação campo-porto continua com a mesma infraestrutura ferroviária obsoleta.

Devido às suas características, o Paraná tem forte participação no setor do agronegócio. O Estado detém 33% da produção brasileira de soja e milho, 25% da produção de carne de frango e 16% da produção de carne suína.

O escoamento da produção do Oeste do Paraná está limitado por dois grandes gargalos fora da área de concessão da Ferroeste. Em alguns segmentos, a ferrovia está com a sua capacidade saturada, principalmente na Serra da Esperança (entre Guarapuava e Ponta Grossa) e na descida da Serra do Mar (entre Curitiba e Paranaguá).

A deficiência na infraestrutura ferroviária Oeste-Leste também prejudica o escoamento da produção de Mato Grosso do Sul, que em 2016, era o maior produtor nacional de grãos, e do Paraguai, país produtor de grãos.

Para assegurar a continuidade do desenvolvimento dessa enorme região produtora, que atravessa fronteiras, é preciso um novo traçado ferroviário para o mar, o maior projeto paranaense dos últimos seis anos.

Os produtores querem uma nova ferrovia, o Porto de Paranaguá precisa, o Governo do Estado e a União, por intermédio da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e do Ministério da Agricultura, já deixaram claro que também aprovam a obra paranaense. O projeto ferroviário promoverá a fundação de um novo ciclo de investimentos e a proliferação de vários pólos de desenvolvimento ao longo da nova ferrovia.

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