Foz do Iguaçu vira canteiro de obras e prevê crescimento no turismo
Foz do Iguaçu se prepara para receber cerca de 25 mil pessoas a partir de quinta-feira (15), no feriado de Corpus Christi. A expectativa é que os quatro dias de folga prolongada garantam uma ocupação de no mínimo 82% na rede hoteleira, podendo chegar a 90%, como aconteceu no feriado de Tiradentes. Os números já superam o período pré-pandemia, comprovando a forte retomada do turismo na cidade.
“Este ano tivemos a melhor ocupação da história num feriado de Tiradentes”, afirma o secretário municipal de Turismo e Projetos Estratégicos de Foz do Iguaçu, Paulo Angeli. “E a expectativa é de um aumento crescente nesse segundo semestre e nos próximos anos”.
De acordo com os dados dos atrativos turísticos, 24.297 pessoas visitaram o Parque Nacional do Iguaçu, onde ficam as Cataratas, no feriadão de Tiradentes – a expectativa inicial era de 15 mil. O número foi maior do que o registrado em 2016, que também caiu numa quinta-feira. Na época, estiveram por lá 22.441 pessoas. Na Itaipu Binacional, foram 8.412 visitantes naquele feriado.
O setor hoteleiro também se surpreendeu. “No último feriado prolongado tivemos uma ocupação além das expectativas. Projetávamos 80% e atingimos mais de 90%”, conta o presidente do SindiHotéis de Foz do Iguaçu, Marcelo Martini.
Para o secretário municipal de Turismo, este é apenas o aquecimento do que está por vir. A estimativa é que, a médio prazo, 4 milhões de pessoas visitem as Cataratas anualmente, já com a nova concessão. Isso significa o dobro do recorde de pouco mais de 2 milhões registrado em 2019. “Estamos num período muito bom, com crescimento na visitação e muitos investimentos públicos e privados na cidade”, diz Paulo Angeli. “Foz é, hoje, a cidade brasileira com mais investimento per capita”.
OBRAS – E essas conquistas são resultado de planejamento e apoio do Estado. A cidade mais turística do Paraná era uma antes de 2019 e será outra após 2022 com a atração de R$ 3 bilhões em investimentos públicos e privados, mesmo com uma pandemia no meio. São R$ 2 bilhões em recursos privados, o que inclui novas atrações e a ampliação e melhorias na rede hoteleira e no comércio, e cerca de R$ 1 bilhão público, de recursos variados (governo estadual, governo federal, governo municipal e Itaipu Binacional) para grandes obras.
A segunda ponte entre o Brasil e o Paraguai, com entrega prevista para este ano, tem aporte de R$ 233 milhões e vai permitir maior integração no Mercosul. Já a ampliação da pista do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu (R$ 53,9 milhões) e a sua respectiva concessão ampliaram as conexões da cidade com o mundo.
A perimetral leste (R$ 104 milhões), a nova iluminação pública viária nos trechos urbanos da BR-277 (R$ 8,8 milhões) e a duplicação da BR-469, em fase final do processo de licitação (R$ 129 milhões), complementam o planejamento rodoviário. Essa última oferece uma alternativa bem mais turística para o Parque Nacional do Iguaçu. Os recursos são da Itaipu Binacional, por meio de uma série de convênios com o Estado, e a execução é do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR).
“Foz do Iguaçu cresce sem parar. Estamos fazendo de tudo para acompanhar essa evolução. São investimentos próprios, mas também parcerias do Governo do Estado e do governo federal para estruturar a cidade que o mundo sonha em conhecer”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Essa união de esforços é capaz de produzir projetos espetaculares, transformar a vida das pessoas. O aeroporto é o indutor desse movimento porque é um facilitador e a nova ponte é uma das maiores obras da América do Sul. Tudo na mesma cidade e em menos de quatro anos. É uma revolução”.
Faltando menos de 100 metros para unir as duas margens, a segunda ligação do Brasil com o Paraguai vai concentrar o trânsito de caminhões e liberar a Ponte da Amizade para veículos menores e pedestres. Com isso, o trajeto vai ficar muito mais rápido e tranquilo. Hoje, para percorrer esse caminho muitas vezes é preciso enfrentar uma fila de mais de uma hora.
Mais segurança e conforto para o turista também são esperados com a duplicação de um trecho de 8,7 quilômetros da BR-469, a Rodovia das Cataratas, iniciando logo após o trevo Carimã (acesso para a Ponte Tancredo Neves) e seguindo até o portal de entrada das Cataratas. A BR-469 é a única via de acesso ao aeroporto e também concentra empreendimentos de grande porte do setor de hotelaria e de eventos.
Serão implantadas vias marginais, passeios, ciclovia, uma nova ponte sobre o Rio Tamanduá, passa-faunas, iluminação com LED e quatro viadutos, incluindo um de acesso ao Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. Está prevista ainda a restauração e conservação do pavimento existente da BR-469 durante a execução da obra. A obra deve ser entregue em 18 meses, após assinado o contrato.
“Todas essas obras de infraestrutura em andamento, a perimetral, a Rodovia das Cataratas e a nova ponte vão dar um fluxo muito melhor para os veículos, mais segurança para o turista se movimentar, e isso vai melhorar muito o turismo, que é a grande matriz econômica da cidade”, afirma o presidente do SindiHotéis de Foz do Iguaçu. “Além disso, o aeroporto já pode receber voos internacionais de longa distância e a nova concessão deve gerar mais R$ 113 milhões em investimentos no terminal”.
Com essa nova estrutura do aeroporto, a Invest Paraná, agência do Governo do Estado responsável pela prospecção de novos negócios e atração de empresas, negocia com a Emirates Airlines, maior companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, um voo direto para Foz do Iguaçu. Atualmente, a empresa mantém com o Brasil apenas a rota São Paulo-Dubai.
NOVA FERROESTE – Nos próximos anos a cidade também pode ganhar conexões multimodais, principalmente para o escoamento do setor produtivo. A Nova Ferroeste, que vai a leilão no fim do ano, prevê um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu, facilitando o escoamento de carga dos países do Mercosul pelo Paraná até o Porto de Paranaguá. Será o segundo maior corredor de grãos do País, quando os trilhos estiverem concluídos.
OUTRAS AÇÕES – E não são apenas as obras de infraestrutura que estão transformando Foz do Iguaçu. São quase R$ 155 milhões em recursos públicos aplicados em diversas áreas na cidade. Na segurança, a cidade recebeu dois empreendimentos importantes: a Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu I, com 501 vagas, e a Cadeia Pública, com 752 vagas. Os investimentos superam R$ 29 milhões e fortalecem o controle da fronteira. Está em andamento, ainda, a construção da nova sede do 9º Grupamento de Bombeiros, de R$ 19,9 milhões.
Pavimentação nova também é uma realidade local, o que ajuda a valorizar imóveis e melhorar a vida nos bairros. São R$ 11,8 milhões de recursos do Estado. Outros R$ 114 milhões viabilizam sete obras de habitação, entre eles o Condomínio do Idoso, o segundo do Paraná, um espaço exclusivo para idosos terem uma vida digna na aposentadoria mediante um aluguel social. Também foram entregues casas em parceria com a Itaipu e a iniciativa privada.
Outro exemplo recente é a autorização do início da urbanização da maior ocupação urbana do Paraná, a área conhecida como Bubas, em Foz do Iguaçu, encerrando uma das principais demandas do município. A estimativa é que cerca de 1,8 mil famílias vivam no terreno de 40 hectares, localizado no bairro Porto Meira. O governador Ratinho Junior determinou que Copel e Sanepar iniciassem as instalações das redes de energia elétrica, água e esgoto, mesmo enquanto ainda tramita na Justiça as questões legais do terreno.
“Com os imóveis regularizados, os moradores poderão ter acesso aos programas para construir, reformar ou ampliar as suas moradias”, diz o governador Ratinho Junior. “O Estado e o município vão executar as obras de urbanização necessárias para que as famílias da Ocupação Bubas vivam com dignidade”.