Estado investe R$ 304 milhões na pavimentação de 1.000 km de estradas rurais em três anos
Os números são robustos. Em pouco mais de três anos, o Governo do Estado pavimentou 1.000 quilômetros de estradas rurais com pedras poliédricas ou com blocos sextavados em todo o Paraná. O investimento chegou a R$ 304 milhões, beneficiando 18 mil famílias de 2 mil comunidades em 202 municípios, fruto de 278 convênios. Paralelamente, o programa Estradas da Integração, coordenado pela Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), abriu cerca de 25 mil postos de trabalhos, entre vagas diretas e indiretas, segundo estimativas da pasta.
O projeto, pensado para aumentar a competitividade da agroindústria paranaense e melhorar a qualidade de vida de quem vive na zona rural, é uma das prioridades do governador Carlos Massa Ratinho Junior. “É o maior programa de pavimentação rural da história do Paraná e o maior em andamento no País. Uma ação que visa aumentar a capacidade de escoamento da safra tanto de pequenos agricultores familiares quanto do agronegócio como um todo, fortalecendo a economia paranaense”, afirma.
“E esse programa também impacta o deslocamento dos estudantes para as escolas, de quem precisa se locomover para os hospitais e ajuda a fomentar o turismo da região, um dos pilares do crescimento econômico do Estado, com geração de renda”, acrescenta o governador. “Os investimentos do Estado estão chegando no Interior, nos pequenos municípios. Estamos promovendo novas condições de desenvolvimento”.
Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destaca que o programa tem impacto direto também no manejo diário das propriedades rurais, que dependem das ligações por estradas municipais para a chegada de insumos, sementes e rações. “São estradas que ligam o município com algum distrito, a cidade com uma rodovia ou um distrito com a sede central. Dessa maneira, esses investimentos impactam uma infinidade de gente, seja no sentido econômico, turístico ou mesmo na qualidade de vida”, diz.
Outro ponto é que o projeto colabora com a preservação dos recursos naturais ao contribuir para a conservação do solo das propriedades. “Estamos falando de uma grande ação que visa tornar o meio rural mais atraente para os negócios, mas dentro da política de desenvolvimento sustentável do Governo do Estado”, destaca.
Parte dos recursos para investimento nas estradas rurais vem do financiamento de R$ 1,6 bilhão com o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, sacramentado no ano passado pelo Governo do Estado. Desse montante, R$ 126 milhões foram destinados a obras de reestruturação nas vias do campo. As outras fatias são oriundas das taxas recolhidas pelo Detran, uma das inovações da gestão, ou do Tesouro do Estado.
EXEMPLOS – O Governo do Paraná formalizou, apenas em 2021, 186 convênios para a melhoria das condições de estradas rurais paranaenses. Foram liberados recursos para diversas cidades, entre elas Atalaia, Porto Rico, Boa Esperança, Borrazópolis, Jaguariaíva, Lindoeste, Turvo, Coronel Domingos Soares, Itaguajé, Querência do Norte, São Jorge do Ivaí, Flórida, Marilena, Paranavaí, São Pedro do Paraná, Serranópolis do Iguaçu, Santa Lúcia, Nova Santa Bárbara, Rolândia, Santo Inácio, São Sebastião da Amoreira, Barbosa Ferraz, Mato Rico, Porto Amazonas, São Mateus do Sul, Teixeira Soares e Vitorino.
Também foram contempladas, em anos anteriores, Palotina, Ampére, Capanema, Goioxim, Chopinzinho, Maripá, Nova Aurora, Pinhal de São Bento, Pérola D’Oeste, Verê, Santa Izabel do Oeste, Francisco Beltrão, Ribeirão Claro, Campo Mourão, Carambeí, Matelândia Joaquim Távora, Porto Barreiro, Santa Cruz do Monte Castelo, Rio Negro e Ubiratã, entre outras.
Para o aposentado Antônio Batista Verli, de Nova Laranjeiras, no Centro-Sul, a pavimentação é motivo de alegria. Por esses golpes do destino, ele comprou a propriedade cerca de seis meses antes de a obra de pavimentação da rodovia municipal João Antonio Wolff, no trecho entre os distritos de Guaraí e Rio da Prata, ter início. Aí, de cara, a localidade já passou a valer mais, fora os ganhos paralelos.
“Fiquei muito animado porque essa casa é a que eu quero viver até o fim da vida. Acabou o barro, a poeira. Podemos até estender a roupa aqui em frente que não suja mais”, diz. O trecho de 6 quilômetros recebeu investimento de R$ 1,46 milhão.
Satisfação compartilhada também pelo pessoal de Teixeira Soares, também no Centro-Sul, principal produtora de grãos (soja, milho e trigo) e leite do Núcleo Regional de Irati da Seab. A modernização dos 2,2 km da estrada da Comunidade de Ribeirão de Cima beneficia em torno de 600 produtores de quatro comunidades, em um investimento em parceria com o município superior a R$ 1,2 milhão, em convênio assinado em 2019.
“Moro a vida toda aqui e nunca tivemos uma estrada como essa. Antes era tanto pó e tanto barro que nem conto. Quando chovia, formava aqueles buracos da água. Aí a turma ficava toda enterrada no barro”, recorda a dona de casa Lídia Padilha. Em 2021, mais R$ 1 milhão foram aplicados por meio de outro convênio para beneficiar mais uma localidade rural do município de Teixeira Soares.
Em Palotina, no Oeste, o benefício atende a Linha Concórdia, que reúne produtores rurais de frango, suínos, soja e milho. A linha fica perto do Parque Estadual São Camilo, do câmpus da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do complexo agroindustrial da C.Vale, que emprega 7 mil pessoas. Em São Jorge do Ivaí, no Noroeste, com população de 5,5 mil habitantes, o convênio revitalizou uma estrada de seis quilômetro, essencial para o escoamento da safra. Em Paranavaí, a recuperação de uma via de 5,32 quilômetros no distrito Cristo Rei conecta a PR-557 e a região de criação de suínos na cidade.
FORMATO – Em todas as cidades são implementadas nas vias pedras irregulares ou blocos de concreto sextavado, dependendo da região do Estado – as cidades localizadas na Região Noroeste, em razão do Arenito Caiuá, necessitam de bloquetes maiores e mais resistentes. O Estado repassa os recursos para os municípios, que contratam as obras. A prioridade é atender regiões com fluxo grande de ônibus escolares, com grande capacidade produtiva ou que precisam de intervenção definitiva para encerrar com o sistema de atendimento apenas emergencial.