candidato-do-pt-luiz-inacio-lula-da-silva-entre-a-dupla-zeze-di-camargo--luciano-durante-showmicio-da-campanha-para-eleicao-presidencial-no-morumbi-expo-center-em-curitiba-pr-1334369411044_956x500O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado a mais de 40 anos de prisão por operar o mensalão, entregou à Procuradoria-Geral da República os números de três contas bancárias no exterior nas quais teria feito depósitos para quitar dívidas de campanha do PT com a dupla Zezé Di Camargo e Luciano e com os publicitários Nizan Guanaes e Duda Mendonça. As operações , segundo ele, ocorreram em 2005.

No depoimento prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral, Valério disse que dinheiro do esquema do mensalão foi usado para pagar a dupla sertaneja e os publicitários. Nesta semana, o jornal O Estado de S. Paulo confirmou com fontes ligadas ao processo que o empresário também deixou com o Ministério Público os dados das contas bancárias.


Além de terem sido garotos-propaganda de Luiz Inácio Lula da Silva na campanha presidencial de 2002, Zezé Di Camargo e Luciano trabalharam em campanhas petistas em 2004. Nesse mesmo ano, Nizan comandou a campanha derrotada de Jorge Bittar (PT) à prefeitura do Rio – dois anos antes, tinha sido o marqueteiro de José Serra na derrota pela disputa ao Planalto.

Os dados de uma terceira conta, cujo beneficiário seria Duda Mendonça, seriam diferentes da conta nos Estados Unidos na qual o marqueteiro de Lula em 2002 admitiu receber mais de R$ 10 milhões – o publicitário foi absolvido pelo Supremo no julgamento do mensalão após ser acusado de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Duda trabalhou com petistas também no ano de 2004.

Nesta quarta-feira (19), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, confirmou o recebimento de documentos e depósitos entregues por Valério, mas não especificou sobre o que eles tratavam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Publicitários e músicos dizem que acusações são falsas

Os publicitários Nizan Guanaes e Duda Mendonça e a dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano afirmaram nesta quarta-feira (19) que as acusações de Marcos Valério são falsas.

“A assessoria de imprensa de Nizan Guanaes esclarece que não há qualquer fundamento nas supostas alegações apresentadas. A assessoria esclarece ainda que Nizan Guanaes jamais recebeu em suas contas qualquer pagamento por campanhas políticas, seja no Brasil ou no exterior. Os serviços foram prestados por suas empresas no Brasil e os registros dessas empresas estão sempre à disposição da Justiça se necessários”, informou Nizan por meio de nota oficial.

Duda rechaçou, por meio de seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, a informação de Marcos Valério sobre captação de recursos no exterior. “Essa história é absolutamente inverídica”, desabafou Duda a seu defensor. “Duda esclareceu que não recebeu nada. O que ele recebeu espontaneamente falou na CPI”, disse Castro, em referência à CPMI dos Correios, que investigou o mensalão e perante a qual o publicitário admitiu ter recebido pela conta Dusseldorf cerca de R$ 11 milhões.

A Z.C.L. Comércio Promoções e Produções Ltda., que representa a dupla sertaneja Zezé di Camargo e Luciano, por meio de seu departamento jurídico, esclareceu que soube da citação do nome dos cantores por meio da reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. “A empresa desde já refuta todas as alegações do sr. Marcos Valério”, destacou a Z.C.L.

Em nota, a empresa da dupla sertaneja afirmou que, “sempre agindo com seriedade, nunca tratou as contratações realizadas pelo Partido dos Trabalhadores de forma diferenciada, ou seja, os serviços foram prestados e acordados respeitando os parâmetros de contratação aplicados em todas as outras contratações da dupla”.

“A acusação do senhor Marcos Valério nada tem a ver com a realidade, podendo este ser instado a, judicialmente, responder por todos os danos causados à dupla”, alerta a empresa que representa a dupla sertaneja a respeito do depoimento prestado pelo empresário à Procuradoria-Geral da República. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Gazeta do Povo com informações de O Estado de São Paulo