gaO Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado no Paraná (Gaeco/PR) recebeu nesta terça-feira (18) denúncias de ameaças contra jornalistas do jornal Gazeta do Povo de Curitiba, depois que foi veiculada durante esta segunda-feira (17) uma reportagem informando que os delegados que haviam sido denunciados em maio deste ano pelo jornal, acusados de utilizaram veículos oficiais para fins próprios, iriam receber uma promoção. Durante a tarde de ontem, ligações anônimas foram feitas de diferentes números de telefone ameaçando que os jornalistas iriam ser alvo de atentados.

O Gaeco/PR em posse das informações instaurou inquérito nesta terça-feira (18) para investigar o caso. Em uma entrevista ao Portal Terra, o promotor Leonir Batisti, chefe do Gaeco, disse que os números telefônicos foram identificados e algumas das ligações foram feitas de telefones públicos. A investigação foi solicitada pelo Procurador Geral do Ministério Público do Estado, Gilberto Giacoia, após ser informado sobre as ameaças aos jornalistas.

Estas ameaças vêm à tona no mesmo dia em que o jornal publicou uma reportagem sobre uma suposta promoção de delegados da Polícia Civil do Paraná que estariam sido investigados depois de denúncia feita pelo mesmo jornal, de que eles utilizavam veículos oficiais para fins pessoais. Por meio de nota, o Conselho da Polícia Civil negou este fato informando que “nenhum delegado que responde sindicância ou processo disciplinar está em nenhuma lista de prováveis promoções”.

Como precaução, a diretoria do jornal realizou um Boletim de Ocorrência sobre o caso e alertou as autoridades da Segurança Pública. Na época da reportagem, embora não tenha sido confirmada nenhuma ameaça, alguns jornalistas envolvidos chegaram a tirar férias para evitar retaliações.

Polícia fora da lei

A série de reportagens da Gazeta do Povo gerou prêmios aos jornalistas. Eles chegaram à final do Prêmio Esso 2012 na categoria Regional Sul. As denúncias geraram mudanças nas regras do Governo Estadual para o uso dos recursos destinados à polícia e desencadeou aberturas de inquéritos civis do Ministério Público para investigar suposto uso irregular do dinheiro. Na Polícia Militar, um major e um tenente-coronel estão sendo investigados pelo uso irregular de veículo oficial.

Com informações do Portal Terra.com/Banda B