É inevitável que os avanços tecnológicos vão começam a salvar vidas em todo o mundo. Parte das doenças que assolam o mundo poderão ser curadas ou detectadas com tempo hábil e a chave está em conseguir diagnosticar os sinais com ampla margem de tempo de antecedência em pessoas que sofrem com doenças silenciosas.

Acontece que existem enfermidades que nem sempre é possível detectar o problema com um tempo razoável para iniciar o tratamento, como no caso do câncer de mama. Esta doença pode desenvolver-se em, pelo menos, uma em cada três pessoas em algum momento de suas vidas.  O câncer de mama começa quando as células crescem fora de controle formando um tumor que pode ser detectado em diferentes formas, como o auto-exame (que não é tão confiável) ou uma mamografia (um procedimento que causa dor e pode ser perigoso).  

E para conseguir detectar este problema de um modo mais confiável e prático neste sem a necessidade de parar tudo o que se está fazendo para realizar baterias de exames foi criado o sutiã EVA.

O responsável por esta inovação não foi nenhum grande laboratório e muito menos um cientista com anos de pesquisa.  O criador se chama Julian Rios Cantu, um jovem mexicano de apenas 18 anos que desenvolveu o novo sistema que detecta este perigo silencioso. O conceito por trás do sutiã EVA é que as mulheres carreguem junto ao corpo um dispositivo mais confiável, simples e rápido para detectar alterações que indiquem a probabilidade delas desenvolverem câncer de mama.

 

Tragédia pessoal motivou criação
O que levou Julian até este produto inovador é uma triste história que o jovem mexicano passou quando era criança. Aos 13 anos, a sua mãe foi diagnosticada com câncer de mama duas vezes e, para piorar sua condição, ambos os seios tiveram que ser removidos e ela quase morreu por causa de erros no diagnóstico.

Indignado com o que aconteceu, Julian decidiu criou sua companhia chamada Higia Technologies. Estava plantada a semente do projeto criado para poder salvar milhões de vidas.

A empresa trabalha atualmente com 15 membros, incluindo Raymundo González, colaborando em projetos de pesquisa no Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade de Stanford, estudantes de pós-graduação tecnológica de Monterrey e três oncologistas.

Mecanismo inovador
O sutiã EVA tem uma tecnologia que incorpora 200 pequenas biossensores capazes de mapear a superfície da mama e determinar, por exemplo, as zonas de condutividade térmica. Quanto maior for o calor registrado dentro de uma determinada área, maior e o fluxo de sangue, o que representa que não é algo que está alimentando os vasos sanguíneos. Quando isso acontece, normalmente pode ser o nascimento e um nódulo cancerígeno.

O segredo do funcionamento do sutiã EVA está nos algoritmos desenvolvidos pela equipe de Rios, que conseguem comparar uma base de 1.000 pacientes afetados pelo câncer. O acessório por sua vez agrupa cerca de 20 imagens termográficas e consegue determinar o tipo e o estágio do câncer.

Sistema é prático de usar
O mais interessante desta inovação é que não há necessidade de utilizar o sutiã todo o tempo para detectar as alterações. Basta usar o EVA por aproximadamente uma hora por semana durante um mês para armazenar todos os dados da pessoa – e estes dados coletados podem ser controlados com um aplicativo no celular.

Com este tempo curto de uso, o algoritmo desenvolvido já consegue, com muita eficácia, diagnosticar problemas com uma margem de acerto de 93%.

Ainda dentro do conceito de ser prático, a peça foi desenvolvida para não ser invasiva, não emitir radiação e não comprimir os seios. O sutiã EVA já ganhou diversos prêmios internacionais importantes como Global Student Entrepreneur Awards – uma premiação internacional para universitários empreendedores –  e deve estar disponível no mercado até o final de 2018.

Por: Aroldo Glomb