destaque_IMG_3903A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em Paranaguá, fará nesta segunda-feira (18) uma reunião para tratar com mais detalhes sobre o tema com toda a comunidade portuária local. No entanto, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) optou por se adiantar e ampliar a divulgação sobre a doença, para garantir a segurança de quem trabalha na atividade.

Segundo o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino, apesar do controle sanitário ser de responsabilidade da Anvisa (em relação às pessoas) e ao Vigiagro/Ministério da Agricultura (quanto à carga), esse trabalho de propagação da informação é fundamental em situações como a que se apresenta, em relação à doença.

“Para operar pelos portos paranaenses, os navios devem estar com a documentação e situação sanitária de acordo com as exigências desses órgãos. A nossa contribuição está sendo em divulgar os comunicados das agências nacionais e dados sobre o vírus e a transmissão para evitar que esse contato dos trabalhadores locais com os tripulantes do navio, que podem vir dessas regiões africanas mais afetadas, seja porta de entrada para o Ebola”, afirma.

CONTATO – Até julho, os portos do Paraná receberam 1.393 navios – 34 de carga geral, 405 de contêineres, nove de derivados de petróleo, 260 de outros granéis líquidos, 586 e granéis sólidos e 99 de veículos (Ro-Ro). Considerando que, em média, cada navio traz 20 tripulantes, são 27.860 trabalhadores de diversas origens que passaram pelo Porto nos sete primeiros meses deste ano.

Esses tripulantes podem chegar a descer do navio e sair do porto (dependendo da liberação da Polícia Federal e do tempo de operação do navio) e ainda têm contato com os trabalhadores locais – Trabalhadores Portuários Avulsos (TPAs) – que também vão a bordo durante as operações.

De acordo com o Orgão Gestor da Mão de Obra nos Portos do Paraná (Ogmo-PR), sempre e em qualquer operação portuária pelo menos um TPA vai a bordo do navio (na faina de vigia). No caso das operações dos veículos, pode passar de 50 esse número de trabalhadores locais que vão a bordo e acabam tendo contato com a tripulação. Nas principais operações, que são as de granéis sólidos, em média três TPAs embarcam para trabalhar por período (de seis horas).

COMUNICADO – O vírus já foi declarado epidemia no oeste da África e emergência pública sanitária internacional, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Ministério da Saúde, a Secretaria de Portos (SEP) e a Anvisa vêm mantendo o alerta para os portos brasileiros.

De acordo com a Anvisa, entre as ações em embarcações afetadas (com tripulante que tenha transitado nos últimos 30 dias nas áreas afetadas (principalmente na Nigéria, Serra Leoa, Libéria e Guiné, e que apresente febre), estas devem ser mantidas em fundeio, sendo o desembarque do doente a maior prioridade.

Somente equipe de atendimento médico e remoção deverá ir a bordo. Além disso, as agências marítimas devem seguir orientações dadas pelo Posto da Anvisa quanto ao Plano de Limpeza e Desinfecção (PLD), lavagem de roupas de cama, gerenciamento de resíduos do atendimento à bordo. É obrigatório informar imediatamente a equipe da Anvisa qualquer ocorrência de novos casos suspeitos a bordo.

Ao capitão do navio, em caso de algum tripulante apresentar os sintomas, e que tenha circulado nos últimos 30 dias nas regiões africanas já citadas, a Anvisa orienta que se notifique a situação imediatamente às autoridades de saúde brasileiras e que se isole o doente na cabine, oferecendo todo suporte de água e alimentação necessários. Orienta-se ainda que apenas um tripulante designado (médico ou outro designado) passe a se comunicar e servi-lo até sua remoção ou liberação conforme instruções das equipes de saúde no solo. Seguir as recomendações locais da autoridade sanitária quanto à limpeza, retirada de resíduos, etc.

Nos portos paranaenses não chegou até agora nenhum navio nestas condições. Na próxima segunda-feira (18), às 14h, no auditório da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Paranaguá (Aciap), a Anvisa Paranaguá vai realizar uma reunião mais detalhada com a comunidade portuária local.

VÍRUS – Como divulga a OMS, o Ebola é uma febre hemorrágica letal. O vírus, altamente contagioso, é transmitido pelo contato com fluidos como sangue, saliva, sémen ou fezes e não pelo ar. São sintomas da doença, a febre, dor de cabeça, diarreia, vômitos, fraqueza, dores nas articulações e músculos, dor de estômago e falta de apetite.

Outros detalhes técnicos sobre o Ebola podem ser consultados no site portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/197-secretaria-svs/14163-ebola-informe-tecnico