águaA distribuição de água com mau cheiro, escura e de gosto ruim, entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano em Maringá, no Norte do Paraná, levou a associação Anjo dos Animais a entrar com uma ação civil pública contra a Sanepar. O problema, segundo a companhia, foi causado por piscicultores e suinocultores, que teriam feito o despejo irregular de tanques de peixes e dejetos suínos nas margens do Rio Pirapó, o que resultou no surgimento de microalgas.

A ação judicial pede desconto de 50% na fatura dos consumidores referente ao período. O valor, segundo a associação, ressarciria parte dos prejuízos causados, uma vez que os consumidores se obrigaram a comprar água mineral para consumo e ainda fizeram a limpeza das caixas de água e, em alguns casos, a troca dos filtros. Além do desconto, a associação sugere ainda que a companhia esclareça à população sobre os canais de solicitação para que seja feita a limpeza gratuita das caixas de água residenciais e comerciais que foram abastecidas com a água contaminada pelas algas.

A ação, proposta em fevereiro, foi contestada pela Sanepar no mesmo mês. No documento, a empresa afirma que não houve turbidez ou qualquer espécie de sujeira e que não há obrigação da Sanepar em distribuir água sem cheiro e sem gosto, mas há obrigação em distribuir água potável, dentro do padrão de potabilidade imposto pela Portaria do Ministério da Saúde. A informação foi contestada pela ONG, com base em normas sobre um conjunto de parâmetros para a aceitação da água para o consumo, como gosto e cheiro ruim.

Os envolvidos aguardam o resultado da ação que, segundo a 2.ª Vara da Fazenda de Maringá, deverá ser dada pelo juiz, em agosto, logo após o retorno de suas férias. A reportagem entrou em contato com a Sanepar, mas foi informada de que a empresa não falaria sobre o caso. A ONG também foi contactada, mas ninguém foi encontrado para comentar o assunto.

Fonte: Gazeta do Povo