Dois estudantes foram retirados da sala de aula de um colégio de Roncador (a 159 km de Maringá) por terem desobedecido a ordem de se levantar durante uma oração. O caso ocorreu na última quinta-feira (12), e um deles, de 16 anos, por meio de um tio, denunciou o caso à Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) e à direção do colégio.
O caso foi relatado em uma nota no site da Atea. Os estudantes do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual General Carneiro teriam se recusado a ficar de pé durante a oração do Pai Nosso, conduzida pela professora de inglês. Por esse motivo, os garotos tiveram que esperar do lado de fora da sala até o fim da oração.
O desempregado Wanderson Flores da Rocha, tio de um dos adolescentes, procurou a Atea. A associação, então, enviou um ofício à direção do General Carneiro, “expondo muito cuidadosamente os termos legais”, segundo o presidente da Atea, Daniel Sottomaior. A carta apontou motivos para impropriedade e a ilegalidade das orações e requisitou seu fim dentro do prazo de cinco dias úteis, sob pena das ações administrativas e judiciais cabíveis.
A Atea relata que o colégio prontamente atendeu à solicitação. Na segunda-feira (16), a associação recebeu como resposta da escola o Ofício nº 23/2012, que relata:
“Vimos através deste informar a decisão do Conselho Escolar deste Estabelecimento de Ensino em relação a realização de orações dentro do Colégio, é a seguinte:
Ficam cessadas as orações do Pai Nosso neste estabelecimento de Ensino, a partir da presente data”.

Ateísmo
O tio de um dos jovens consider  houve discriminação contra o garoto, que diz ser ateu. “Houve uma reunião da direção com o Conselho de Pais e Mestres, em que decidiram não mais fazer orações no colégio. No dia seguinte, a mesma professora já chamou quem quisesse para rezar de novo”, diz Rocha. “Entrei em contato de novo com a Atea e o colégio, que disse que vai orientar a professora. Foi uma provocação ao meu sobrinho”.O presidente da Atea espera que o caso estimule diretores e professores de escolas públicas que ainda realizam essa prática a pararem espontaneamente.
“Em casos que persistirem, os alunos podem fazer denúncias à Atea que entraremos em contato com a instituição. Se necessário, os casos podem ser levados para a Secretaria de Educação, Ministério Público e Conselho Tutelar.”
Em contato com a diretora do colégio, a reportagem foi informada que o caso já foi resolvido e que a instituição não vai mais se pronunciar sobre o assunto.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Educação do Paraná (Seed),mas até as 15h desta quinta-feira, ainda não havia recebido uma resposta oficial sobre o caso.FONTE – Larissa Ayumi Sato – O DIARIO .COM

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