Baixas temperaturas podem agravar doenças de pele; confira alguns cuidados no frio

Para quem adora chocolate quente, sopas e roupas mais pesadas, o inverno é a estação ideal e muitos já podem aproveitá-la. No entanto, para quem sofre com alguma doença de pele sabe que nessa época do ano ela fica mais sensível e suscetível a ressecamento e possíveis inflamações. Atenção com o frio!

Annia Cordeiro, médica dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional PR, lembra que no inverno a pele precisa de cuidados especiais, já que os banhos quentes e demorados acabam diminuindo a proteção natural do maior órgão do corpo humano.

“No inverno, a umidade relativa do ar cai, favorecendo o ressecamento. Além disso, transpiramos e produzimos menos sebo, o que leva a uma redução daquela camada protetora natural e que nos protege do frio, de bactérias, fungos e poluentes. Com essa barreira mais fraca podem ocorrer irritação, coceira, rachaduras e o tradicional ressecamento”, explicou a especialista.

Doenças de pele mais comuns no inverno

  • Dermatite atópica: mais frequente em crianças, é uma doença de base genética e crônica que tem como principais sintomas a pele seca, vermelha e uma coceira constante que pode levar a ferimentos. Acomete principalmente as grandes dobras do corpo, como braços, joelhos e pescoço. O tratamento envolve medicamentos aplicados sobre a pele; fototerapia também pode ajudar. Medicações orais, imunobiológico e antibióticos são indicados em casos mais graves.
  • Dermatite seborreica: a famosa caspa. São placas que descamam podendo também atingir a pele do rosto, do tronco e das costas, provocando coceira intensa. O problema aumenta, inclusive, com o hábito dos longos banhos quentes durante o inverno porque provoca o efeito rebote, aumentando a oleosidade além do necessário. É importante manter a higiene do couro cabeludo. Com o frio, algumas pessoas lavam menos os cabelos, levando a doenças nessa região do corpo.
  • Psoríase: é uma doença inflamatória crônica e não contagiosa que ataca a pele, unhas, o couro cabeludo e, em casos mais graves, até as articulações. Fenômenos emocionais são frequentemente relacionados com a piora dessa doença e predisposição genética também pode ser um fator de risco. A hidratação corporal alivia bastante em épocas de crise.
  • Urticária ao frio: conhecida popularmente como “alergia ao frio”, é uma irritação de pele provocada pelo contato do corpo com baixas temperaturas (por exemplo, objetos gelados ou alimentos). Geralmente os sintomas surgem minutos após a exposição ao frio; pode haver a erupção de vergões vermelhos na pele e coçar bastante. O melhor tratamento é descobrir sua causa e evitar o contato com o agente alergênico.

Cuidados com a pele no inverno

A Dra. Annia listou alguns cuidados importantes com a pele durante o inverno e que podem reduzir os problemas causados pelas baixas temperaturas:
– Evite banhos muito quentes e prolongados.
– Tome banhos rápidos e mornos, utilizando sabonetes neutros e hidratantes, pois são os que menos ressecam a pele.
– Não utilize buchas vegetais, esponjas, cremes ou sabonetes de banho com grânulos (exceto nas áreas de pele mais espessa, como cotovelos, joelhos e pés).
– Utilize toalhas macias para se secar, evitando esfregar para não remover ainda mais a camada de proteção natural da pele.
– Utilize esfoliantes corporais no máximo uma ou duas vezes por mês. O uso excessivo de esfoliantes pode deixar a pele opaca, seca e suscetível a infecções por vírus, bactérias e fungos.
– Seque bem as áreas de dobras do corpo (dedos, pés, virilha e axilas) com toalhas felpudas para evitar o desenvolvimento de micoses oportunistas.
– Use um bom hidratante corporal contendo ingredientes como ureia, ácido lático, ácido hialurônico, óleos vegetais, vitaminas e antioxidantes.

Consulte um médico dermatologista

Para qualquer doença ou problema de pele, é importante buscar pelo diagnóstico e tratamento corretos.

“O médico dermatologista é o profissional especializado para cuidar da pele, cabelos e unhas. Por isso, busque um especialista para o tratamento adequado e evite receitas caseiras e comumente encontradas nas redes sociais que aparentemente podem resolver o problema”, finalizou a dermatologista.

Com informações: Sociedade Brasileira de Dermatologia

Foto: Divulgação
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