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Setembro Amarelo: a rotina dos caminhoneiros pode afetar a saúde mental na boleia?

Estamos no Setembro Amarelo, é sempre importante que caminhoneiros e empresários do transporte prestem na saúde emocional dos profissionais da estrada. A Rede Pedro Pelanda já falou sobre este assunto ano passado, pois sabemos que a rotina dos caminhoneiros envolve desafios, situações estressantes, momentos de calmaria e de solidão absoluta pelas estradas.

Então, o que fazer para que a rotina não afete a qualidade de vida e a saúde mental dos caminhoneiros? Até mesmo o mais experiente pode se sentir péssimo e enfrentar momentos dramáticos que, se não detectados rapidamente, vão se agravar para quadros psicológicos graves.

O que interfere na saúde mental dos caminhoneiros?
Uma pesquisa divulgada pela Revista Psicologia e Saúde mostrou que caminhoneiros são responsáveis por mais da metade do transporte de cargas no Brasil.

O levantamento descobriu que muitos profissionais dirigem por até 12 horas diárias, inclusive nos sete dias da semana. Em alguns casos, esse tempo é maior ainda, avançando em feriados. Já pensou no estrago causado na saúde mental dos motoristas de caminhão? Estamos falando de privação do convívio familiar e falta de sono, por exemplo, que podem criar pensamentos nada saudáveis…

Quais os sinais de que há algo errado na saúde mental dos caminhoneiros?

Os sintomas são muitos:

  • Falta de motivação ou de apetite, que gera ganho ou perda de peso repentinos

  • Insônia na estrada ou sonolência extrema

  • Falta de interesse em atividades que antes eram normais do profissional 

  • Sentimentos negativos como culpa ou falta de esperança

  • Maior dificuldade em tomar decisões simples

  • Pensamentos aterrorizantes, como insegurança, vazio existencial e desamparo

Tudo isso pode criar pensamentos sobre morte, incluindo suicídio.

Como identificar os sinais de depressão e ansiedade?

A depressão pode ser confundida com tristeza ou desânimo, e esse detalhe atrapalha o diagnóstico. De qualquer forma, é uma doença silenciosa gerada pelo estresse da rotina e pela solidão da estrada.

Caso o caminhoneiro sinta qualquer destes sinais, é melhor conversar com um especialista quanto antes.

Qual a relação entre saúde mental e segurança nas estradas?

Total! Os caminhoneiros precisam manter a saúde emocional forte para a sua segurança e a dos demais motoristas na estrada. Qualquer sinal de desânimo, medo ou insônia afeta a atenção do motorista, aumentando o risco de acidentes.

A Associação Brasileira de Tráfego (ABRAMET) explicou em seu site que até mesmo doenças físicas e orgânicas nos caminhoneiros, incluindo as de origem mental, são responsáveis por 12% dos acidentes de trânsito fatais em todo o Brasil.

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Setembro Amarelo e a saúde mental.

O que revelam os dados sobre a saúde mental no setor logístico?



Basta analisar o que foi divulgado pelo Índice de Bem-Estar Corporativo (IBC) da Zenklub: tivemos situações graves envolvendo saúde mental de caminhoneiros e demais profissionais operacionais envolvidos em setores logísticos.

Como comparativo, em 2022, a marca era de 72 pontos e, em apenas um ano, passou para 64,4 pontos.

O que isso significa?


Que é urgente, gestores de transportadoras se preocuparem mais com as condições físicas de trabalho nas estradas, incluindo a saúde mental. Atenção redobrada com o bem-estar dos caminhoneiros é a chave.

Quais ações podem ser tomadas para promover o bem-estar dos caminhoneiros?

As empresas que lidam com logística precisam criar suas próprias iniciativas:

  • Comunicação ativa, com palestras de conscientização

  • Facilitação de acesso a serviços de saúde

  • Ouvir os caminhoneiros para saber quais são suas dificuldades na estrada e na vida pessoal

Ou seja: apoio aos caminhoneiros é a chave para manter esses sentimentos afastados e preservar a saúde mental de todos os profissionais da boleia.

Qual é a melhor solução para a prevenção de pensamentos suicidas?

A Rede Pedro Pelanda recomenda que todas as empresas ouçam as preocupações de seus motoristas. E quando dizemos “ouçam”, não é apenas ouvir, mas escutar atentamente, entender o problema, se colocar no lugar do caminhoneiro e pensar: “Como podemos ajudar?”

Lembre-se: a preocupação de um caminhoneiro pode ser a de muitos outros, que decidem nem falar para não parecerem fracos ou por medo de perderem seus empregos – sim, isso pode acontecer.

Faça reuniões para discutir os desafios enfrentados pelos seus caminhoneiros, procure mostrar reconhecimento pelo trabalho e crie um ambiente de trabalho mais humano e acolhedor. Esses são passos importantes para melhorar o bem-estar mental. Os caminhoneiros passam por situações que seus gestores, no ar condicionado de suas salas, muitas vezes nem imaginam.

A Rede Pedro Pelanda apoia iniciativas que ajudem na preservação da saúde mental dos caminhoneiros antes que pensamentos piores, como suicídio, se tornem rotina nas estradas.

Que tal promover o bem-estar emocional daqueles que carregam as riquezas do Brasil pelas rodovias?

 

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