Planta de secagem térmica de lodo de esgoto da Sanepar leva prêmio nacional de biogás
A planta vencedora é um exemplo de inovação e sustentabilidade por ter um sistema tecnológico de última geração para a secagem térmica do lodo de esgoto. O sistema está em operação plena desde o ano passado.
A inovação chave nesta planta é o uso de fontes de energia renovável, como biomassa (cavaco de madeira), lodo seco gerado no próprio processo e biogás, também produzido no tratamento do esgoto, para secar o lodo. Ou seja, a planta transforma resíduos em recursos energéticos, utilizando os princípios da economia circular e eficiência energética.
“É uma solução sustentável para um grande desafio dos prestadores de serviço que é a geração do lodo em quantidades consideráveis nas estações de tratamento. Enviar lodo para aterros sanitários gera custos elevados para a empresa e não é a melhor solução do ponto de vista ambiental”, explica o engenheiro.
Ao adotar esse processo de secagem, a Sanepar também reduz de forma significativa o volume de material para a disposição final e também as emissões de gases de efeito estufa, deixando de utilizar combustíveis convencionais.
“O prêmio é um reconhecimento a esta planta, que é um modelo inovador e estabelece um referencial no campo de soluções sustentáveis para a recuperação de recursos oriundos de esgoto, notadamente na América Latina”, afirma o diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile.
COMO FUNCIONA – O lodo adensado removido do processo de tratamento de esgoto passa por uma centrífuga para o primeiro deságue mecânico, gerando um material pastoso com 20% de sólidos totais. O lodo úmido então é direcionado para o secador rotativo. A secagem ocorre mediante o contato do lodo úmido com os gases quentes fornecidos por um gerador de calor que utiliza três combustíveis renováveis: biomassa, lodo seco e biogás.
Nessa etapa de secagem o lodo seco atinge 80% de sólidos totais e apresenta higienização eficiente. Parte do lodo seco é utilizado para gerar calor na próxima fase, sendo transformado em cinzas por meio da combustão.
Isso ocorre numa caldeira em que as altas temperaturas são geradas pelo próprio lodo seco e pelo biogás da ETE e também por cavaco de madeira, que é um resíduo gerado no processamento de madeira. Atualmente, além de ser utilizado no processo de combustão, o lodo seco e as cinzas estão sendo enviados para coprocessamento em indústrias cimenteiras.
Foto: Sanepar
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