O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan Escolar) aponta neste ano uma estabilização do crescimento da obesidade entre alunos do Ensino Fundamental das escolas municipais. O sistema avaliou neste ano 93 mil alunos de 182 unidades de ensino municipal e os resultados serão apresentados aos professores nesta quarta-feira (16/8), no Auditório do Mercado Municipal.

A merenda escolar equilibrada servida nas unidades da rede ajudou a interromper uma curva ascendente de ganho de peso, que segue subindo em outras cidades brasileiras, de acordo com a nutricionista da Gerência de Nutrição da Secretaria Municipal da Educação Liziane Rodrigues. A profissional acompanha a evolução dos indicadores da pesquisa, feita anualmente, há 21 anos nas escolas da Prefeitura.

“É uma vitória que começou a ser construída lá atrás, com a alimentação equilibrada servida nas creches municipais, e que se consolida no Ensino Fundamental, com a parceria dos professores de Educação Física e das famílias que difundem a boa alimentação como estratégia para crescer saudável e longe de doenças”, diz Liziane.

O professores de Educação Física também monitoram baixa estatura e magreza entre os estudantes, índices que também estão em queda. Compilados, os dados são enviados à Secretaria Municipal da Saúde para cálculo dos indicadores do Sisvan Escolar.

Lições da escola para montar o prato

Na Escola Municipal São Luiz, no Água Verde, a professora de Educação Física Graziela Chinda conversa muito sobre alimentação saudável com a garotada e com os pais, em reuniões próprias para falar do tema. Os pais de Manoela, de 9 anos, o microempresário Irineu Muniz de Resende Neto e a mulher, Renata, saíram dos encontros com a decisão de reduzir frituras e chocolates e banir os refrigerantes da dieta da menina. “Ela aceitou numa boa. Agora, em casa, é só água. As guloseimas ficam para o domingo ou uma ocasião especial”, conta Neto.

A mudança veio em boa hora: quando teve a última avaliação feita para o Sisvan, Manoela estava em um quadro de pré-obesidade (1,44 m de altura e 43 quilos). Já o colega de turma Elian Webber Bernieri, da mesma idade, ganhou dez centímetros e oito quilos de 2014 para cá (está com 1,32m e pesa 27 quilos. Elian está se desenvolvendo melhor com as dicas que recebe na escola. Até pediu para a mãe, Adriana, não comprar mais pipoca para micro-ondas e passou a comer alface.

“Ele sempre gostou de vegetais, menos os crus. Agora come e incentiva a irmã”, conta Adriana. A pequena Bianca, de 4 anos, frequenta o Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Curitiba e, garante a mãe, vai pelo mesmo caminho do irmão. “Até de barreado de jaca eles gostam”, lembra, referindo-se ao prato do cardápio do restaurante vegetariano que frequentam.

A adolescente Sabrina Cristina Fernandes da Silva, 14 anos, cursa o 9º ano da Escola Municipal Albert Schweitzer, na CIC, e está aderindo à proposta do professor de Educação Física Felipe Caldara lançada em uma oficina de sanduíches saudáveis. “Antes, tirava o tomate e a alface. Agora eu como. Em casa, faço salada para o almoço com a família. Meu pai não acreditou”, ri Sabrina, que também passou a comer uma maçã no café da manhã, horário em que, antes, ficava em jejum, exagerando no almoço.

Fonte: Prefeitura de Curitiba