A parteira Lesley Page, primeira professora de obstetrícia do Reino Unido e presidente da Faculdade Real de Parteiras do Reino Unido (Royal College Midwines) conheceu, nesta quarta-feira (23), as instalações e o trabalho realizado na Maternidade Bairro Novo. A britânica é referência em parto humanizado na Inglaterra e veio ao Brasil para participar da Conferência Internacional de Humanização do Parto e Nascimento que será realizada em Brasília. Antes, veio a Curitiba, onde acompanhará por dois dias o trabalho realizado na Maternidade Bairro Novo, que é referência nacional do SUS em parto humanizado.

“O trabalho aqui é uma transformação no atendimento às gestantes e as práticas adotadas fazem diferença na vida das mulheres, bebês e das famílias que estão nascendo junto com a criança. Este trabalho ajuda a mudar o país”, disse Lesley.

Em 2013, a Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (Feaes) assumiu a gestão da Maternidade e iniciou a implantação das práticas do parto humanizado. A contratação de enfermeiros obstetras, garantia da presença do acompanhante, plano de parto e outras práticas integrativas possibilitaram com que o índice de parto normal superasse 75% ao ano. “Investimos na capacitação constante dos nossos profissionais, ampliamos o vínculo com as 25 unidades de saúde que somos referência e trabalhamos sempre com foco na mulher, ela é a grande protagonista no momento do parto”, explica a diretora da Maternidade Bairro Novo, Edinalva Ferreira de Carvalho.

Visita

Durante a visita, a parteira encontrou Janete Leão, que embalava a neta de sete dias com o auxílio do sling (tecido que prende o bebê ao corpo). “Minha filha teve uma intercorrência, mas estou com a Ester, presa a mim como se estivesse na minha barriga. O atendimento desde a entrada para o parto foi ótimo e agora estamos aguardando a alta para ir pra casa”, contou Janete.

Já na Sala de Práticas Integrativas, Andriele Oliveira, grávida de 39 semanas do Matheus, recebia escalda-pés, que relaxa a gestante diminuindo a adrenalina e ampliando a ocitocina, hormônio que promove as contrações uterinas. “Cheguei com pressão alta e cinco centímetros de dilatação. Estava ansiosa no quarto, mas desde que me trouxeram pra cá, estou mais tranquila. Nasci aqui na Maternidade, mas não conhecia o trabalho que realizavam. Estou encantada e certa que a chegada do Matheus será um momento muito especial”.

“Tudo o que eu vi aqui lembra muito o trabalho que fazemos na Inglaterra. Isso é importante porque faz com que as pessoas entendam a importância das mudanças no atendimento. Mais do que falar, as profissionais mostram a diferença que o serviço faz”, ressaltou Lesley.

Fonte: PMC