00156064Já estão em andamento as obras de construção da Casa da Mulher Brasileira em Curitiba. Na tarde desta quinta-feira (20), um ato simbólico com a presença do prefeito Gustavo Fruet marcou o início da obra e também a abertura da campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres. Localizada na Avenida Paraná, perto do terminal do Cabral, a Casa da Mulher deve ficar pronta no primeiro semestre de 2015 e vai concentrar uma série de serviços voltados para mulheres em situação de violência.

Equipamentos semelhantes vêm sendo construídos em todas as capitais com recursos do governo federal. Em Curitiba, serão aplicados R$ 7,3 milhões em uma área construída de 3.118 metros quadrados, num terreno de aproximadamente 8 mil metros quadrados. “Esta obra se soma às mais de mil obras e intervenções já entregues nesta gestão, com investimentos de mais de R$ 1 bilhão em toda a cidade”, disse o prefeito.

Fruet destacou que mais importante que a obra física da casa é a sua concepção de inclusão social, com os serviços que nela estarão disponíveis para a mulher num momento de maior fragilidade e de vulnerabilidade. Ele destacou ainda a importância das parcerias firmadas para esse projeto “que consolida políticas públicas de defesa de direitos da mulher”.

“Foram 12 meses de trabalho intenso, numa ação compartilhada entre a Prefeitura, o governo do Estado, por meio das secretarias da Segurança Pública e da Justiça, o Poder Judiciário, por meio do Tribunal de Justiça, Ministério Público e Defensoria Pública, para elaboração dos planos de trabalho e dos serviços que serão ofertados na casa”, explicou a secretária municipal da Mulher, Roseli Isidoro.

A secretária disse que a casa está preparada para ser a porta única de entrada para a mulher em situação de violência. “Hoje, quando a mulher sofre violência doméstica, ela tem que ficar perambulando pela cidade, buscando ajuda em vários lugares, desde o posto de saúde, onde ela procura os primeiros socorros, à Delegacia da Mulher, o Juizado, Defensoria Pública, etc. Na casa, à exceção do atendimento de saúde, ela terá todos esses serviços num só lugar e receberá um atendimento mais humanizado”, afirma Roseli.

Estrutura

A inauguração da casa está prevista para abril de 2015, segundo Marcelo Pontes, diretor do Programa “Mulher Viver Sem Violência” da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. Segundo ele, a casa terá capacidade para atender cerca de 200 mulheres por dia. “Num só lugar, a mulher terá disponíveis todos os serviços de que ela necessita quando está em situação de violência”, disse. Além do serviço de acolhimento, informou, “a mulher terá todo o apoio para a conquista de autonomia econômica, de forma que possa conduzir a vida com mais liberdade”.

O espaço vai abrigar a Delegacia da Mulher, núcleos do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, do Ministério Público Estadual e da Defensoria Pública. Contará com profissionais da área de psicologia, assistência social e educação e ainda com uma equipe para orientação na área de emprego, geração de renda, empreendedorismo e acesso ao microcrédito. A estrutura física terá ainda brinquedoteca, espaço de convivência para as mulheres e abrigamento emergencial.

Estiveram presentes no ato, representantes dos parceiros do projeto: a delegada da Mulher, Daniela Andrade; a coordenadora das delegacias da Mulher do Paraná, delegada Eunice Bonome; o promotor de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior; a chefe da Defensoria Pública do Paraná, Josiane Fruet Lupion; a assessora de direitos humanos da Secretaria de Estado da Justiça, Louise Rocha; e Bruna Monteiro ,da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID) do Tribunal de Justiça do Paraná. Também participaram José Benício Pereira da Silva, do Patrimônio da União, Pedro Saczkowski Junior, do Banco do Brasil, a vereadora Professora Josete, o vereador Pedro Paulo e a deputada federal eleita Cristiane Yared.

16 dias de ativismo

Durante o evento, a secretária da Mulher fez a abertura da Campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres, que vai até 10 de dezembro, com atividades por toda a cidade.

Criada nos Estados Unidos em 1991, por 23 feministas de diferentes países, a campanha é uma mobilização educativa e de massa pela luta contra toda forma de preconceito, opressão e discriminação sofridos pela mulher e pela garantia dos direitos humanos às mulheres.

Em Curitiba a campanha contará com diversas manifestações promovidas pela Secretaria da Mulher em parceria com outras secretarias municipais, administrações regionais, instituições de ensino, sociedade organizada, com a participação efetiva dos movimentos sociais e de mulheres.

Na programação, haverá atos públicos, caminhadas, seminários, palestras, oficinas, atividades culturais, entre outras iniciativas dos vários movimentos que representam os símbolos de luta dos 16 Dias de Ativismo.

O objetivo da campanha é informar, orientar e estimular a participação de todos nos debates sobre o combate e enfrentamento da violência contra as mulheres.

O movimento acontece em 159 países. Internacionalmente, começa no dia 25 de novembro (Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres) e termina no dia 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a campanha é iniciada em 20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra.A inclusão desta data se dá pela importância da história da cultura negra no Brasil, e também pela dupla discriminação sofrida pela mulher negra, que se baseia numa opressão de gênero e raça.

Fonte: PMC