00150870Uma parceria entre a Prefeitura de Curitiba e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese) resultou no primeiro estudo temático do Observatório do Trabalho da Secretaria do Trabalho e Emprego, com o diagnóstico do mercado de trabalho para as pessoas com deficiência.

“O estudo oferece subsídios para enfrentar os desafios na inserção produtiva das pessoas com deficiência em Curitiba, com contribuições e informações que possibilitam a organização de políticas públicas”, explicou a vice-prefeita e secretária do Trabalho e Emprego, Mirian Gonçalves.

Segundo o Censo do IBGE de 2010, em Curitiba há 355 mil pessoas em idade ativa que declararam possuir pelo menos um tipo de deficiência (física, auditiva, visual, intelectual, múltipla ou são reabilitados), o que representa 23% da população. A capital paranaense possui 7.154 trabalhadores formais com deficiência, segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Esse número representa 4% do total de 968 mil trabalhadores com carteira de trabalho assinadas.

A maioria desses trabalhadores é formada por homens (61%). De acordo com a faixa etária do universo de empregados, 55% têm entre 30 e 49 anos, sendo que destes, 50% possuem deficiência auditiva e na escolarização predominam pessoas com ensino médio completo (44%) e superior completo (19%) e 24% o ensino fundamental completo.

Com relação às pessoas com deficiência intelectual, 66% são do sexo masculino. No caso de deficiência múltipla, as mulheres são maioria (58%).

O perfil das ocupações dos trabalhadores com deficiência aponta em primeiro lugar no ranking os cargos de escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos (21%). Trata-se de uma ocupação que apresenta transversalidade entre os setores econômicos. O segundo lugar é ocupado por alimentadores de linha de produção, que respondem por 7% do estoque de empregos. O terceiro lugar é ocupado por vendedores e demonstradores em lojas e mercados.

“É interessante notar que, à medida que aumentam o número de empregados nos estabelecimentos, aumenta também a participação de empresas que empregam ao menos uma pessoa com deficiência”, explica a diretora de Planejamento das Relações do Trabalho, Lenina Formaggi.

O estudo completo do Observatório do Trabalho estará disponível no site da Secretaria do Trabalho e Emprego e será apresentado ao Conselho Municipal das Relações do Trabalho no dia 13 de agosto. O próximo estudo abordará o tema da Economia Criativa e deve ser divulgado em outubro.