noticia_959268_img1_5f1interPara muitos, uma arte. Para a lei, um crime. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões é proibido no Brasil desde fevereiro de 1998 e, quem infringir a lei pode ter de pagar multa e ainda pegar de um a três anos de prisão. Mas apesar da punição, os baloeiros parecem não se intimidarem, como apontam os números do Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA).

Em todo o ano de 2012, foram apenas três ocorrências registradas pela PM em Curitiba e Região Metropolitana, com dois balões apreendidos e nenhuma prisão. Em 2013, foram cinco ocorrências, com três balões apreendidos e quatro presos. Já em 2014, apenas até o final de maio, foram cinco ocorrências, com seis balões apreendidos e quatro prisões.

No último domingo, uma tragédia. Um jovem de 26 anos e um amigo soltaram um balão no bairro Fazendinha e acompanhavam o percurso do voo com um carro e uma motocicleta. O balão, porém, acabou se enroscando em um fio de energia na Represa do Passaúna, em Araucária, na divisa com Curitiba. O jovem resolveu entrar na água para resgatar o objeto, mas acabou levando uma descarga elétrica e morreu eletrocutado.
Mas além dos riscos com a própria vida, os balões, que normalmente levantam voo por meio de chamas e ar quente, também levam perigo a moradias, florestas e empresas, por causa do risco de incêndio. No mês passado, por exemplo, a Petrobras lançou uma campanha de alerta contra a soltura dos balões, que colocam em risco as refinarias, inclusive a de Araucária.

Hobby caro — Na internet, são comuns as comunidades de baloeiros. Afinal, os materiais para se construir um balão são bastante fáceis de se encontrar: seda, papel higiênico, vela e um arame. Para muitos, a prática criminosa, conhecida por causar incêndios e queimadas, é um hobby. Mas não é um hobby para qualquer um, analisa o major Cesar Lestechen Medeiros, da BPMA.

“As pessoas que fazem a prática do baloeiro são pessoas com poder aquisitivo bom. Tem balão de 5 a 30 metros de altura, com o valor chegando a até R$ 40 mil. Essas pessoas com poder aquisitivo querem pôr fogo, mostrar para os outros que podem fazer um balão”, critica o major.

Fonte: Bem Paraná