obras rodoviariaA reforma da Rodoferro­viária de Curitiba vai se estender, novamente, pelas festividades de dezembro, época em que o local recebe um alto número de passageiros. Até o mês que vem, o bloco interestadual será reaberto e as obras passarão para o lado estadual. A julgar por relatos de quem usou o serviço no ano passado, é provável que os transtornos para as viagens de fim de ano se repitam. A conclusão do serviço está prevista para o início de 2014.

De acordo com o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), 46% da obra foi executada, em mais de um ano, com um desembolso de R$ 12,2 milhões, o que representa 35% dos recursos previstos. Apesar do ritmo lento da primeira etapa, o secretário municipal de Obras, Sérgio Antoniassi, acredita que a reforma do bloco estadual deve ser concluída mais rapidamente, em cerca de quatro meses. “A segunda etapa será mais dinâmica, com ritmo mais acelerado, porque são obras simétricas. Os imprevistos que surgiram no bloco interestadual foram sanados e já são esperados agora.”

Na avaliação do secretário, a Rodoviária não está entre as obras curitibanas mais atrasadas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Copa 2014. “Não vai terminar no fim do ano, mas, provavelmente, estará concluída em janeiro. Está dentro [do prazo] se formos analisar as possibilidades de imprevisibilidade.”

Transtornos

Entre os passageiros que usam constantemente o ter­minal rodoviário está a es­tudante Nicole Dunian Fer­reira, 17 anos, que viaja toda semana de Curitiba para Morretes. “No final do ano passado, foi horrível! Muita gente estava aqui, não tinha lugar para todo mundo ficar, tinha tumulto para comprar passagem, muito difícil”, recorda. “Sempre tem muita gente e pouco lugar, não acomoda todo mundo”, avalia a operadora de telemarketing Suzana Nascimento, 17 anos, que, desde o ano passado, viaja três vezes ao mês para Guarapuava.

Para a professora aposentada Leocádia Monastier, 72 anos, que usa a Rodoviária para visitar os filhos em Ponta Grossa e Buenos Aires, a obra trouxe algumas dificuldades de acomodação ao usuário. “Tomara que seja para melhorar, né? Está demorando, depois vamos ver se valeu a pena”, pondera.

Até o final do mês, todas as operações – embarque e desembarque de passageiros, e venda de passagens – serão transferidas para o lado já concluído da obra. Entre as melhorias de que os passageiros já disporão com a liberação do bloco interestadual estão sala de espera climatizada, piso e teto novos, dois elevadores, duas escadas rolantes e catracas eletrônicas para embarque. “Fisicamente, não houve ampliação. A Rodoviária foi remodelada em termos de segurança e conforto”, explica Antoniassi.

Lojistas têm duas semanas para deixar o local

Os permissionários dos 36 espaços comerciais da Rodoferroviária de Curitiba têm só mais duas semanas para desocupar as lojas, conforme determinação da Urbs, que administra o local. O prazo termina no próximo dia 30. Ainda neste mês, a Urbs deve abrir um edital de licitação para a ocupação dos espaços, como prevê a lei. O presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Júnior, justifica que a medida tem também um cunho operacional, já que o bloco estadual (onde estão as lojas) passará por reformas. “Colocar essas empresas para explorar o serviço dentro do espaço novo seria inadequado”, diz.

De acordo com ele, o usuário não ficará totalmente desprovido dos serviços de alimentação até o fim da reforma, quando os novos permissionários passam a atuar. “Estamos estudando soluções via Mercado Municipal e bloco ferroviário. Ou ofertamos serviços nessas instalações próximas, ou colocamos quiosques, em caráter precário, no entorno. Inclusive, já sinalizamos isso aos atuais permissionários para o caso de alguém se interessar.”

Para a presidente da Associa­ção dos Permissionários da Rodoviária, Juçara Nicolau, a cassação das permissões descumpre o acordo feito pela gestão municipal anterior com os lojistas. “Disseram que seria nos mesmos moldes do Mercado Municipal: saiu, reformou, voltou. Esses espaços já foram licitados, mais de uma vez. Mas se eles querem que seja por tempo determinado, então, que deixem por dez anos, nos moldes do que é feito com a União aqui dentro. Já se passaram dois, teríamos mais oito.”

Juçara recorda que os estabelecimentos empregam cerca de 130 pessoas. “Como fazer a rescisão dos funcionários? O que faz com fornecedores? O município está decretando a falência desses comerciantes.”

Gregório afirma que o diálogo com os comerciantes já dura meses, mas a solução é urgente agora pois os espaços precisam ser desocupados para as obras. “Nossa preocupação é com a legalidade. Estamos abertos a uma solução que atenda ao interesse público. O que não podemos é deixar que a nova Rodoviária seja inaugurada sem atendimento.”

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Fonte: Gazeta do Povo