antonio gogolaFoi enterrado no Cemitério Municipal do Água Verde, em Curitiba, na manhã desta sexta-feira (6) o corpo de Marcos Antonio Gogola. O superintendente da Delegacia de Campo Largo foi morto por criminosos nesta quinta-feira (5) durante resgate a preso que era escoltado por ele e um agente carcerário a uma consulta ao dentista. O agente também foi baleado, mas sobreviveu ao atentado.

Durante o velório, realizado na Capela 4 do cemitério, além de familiares e amigos, policiais civis e militares foram prestar a última homenagem ao colega. A todo momento, dezenas de integrantes de corporações das entidades compareceram ao local. Antes do enterro, agentes fizeram uma salva de tiros para homenagear o policial morto.

Protesto e paralisação

Logo após o enterro, policiais seguem em carreta até a sede da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), no Palácio das Araucárias, no Centro Cívico de Curitiba. A intenção é reivindicar contra a superlotação nas delegacias e presídios paranaenses. Além disso, os policiais civis do Paraná paralisam as atividades das delegacias do estado desde à meia-noite desta quinta-feira (5) em protesto.

“Hoje, foi convocada uma paralisação e a princípio não teremos expediente nas delegacias. Isso significa que não serão recebidas sacolas para presos e não terá visitas. A família costuma levar comida e produtos de higiene nessas sacolas. Na minha opinião, os boletins de ocorrência devem ser registrados, para não prejudicar a população, mas essa é uma definição de cada unidade”, diz o vice-presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), Daniel Cortes.

Cortes diz que o protesto ocorre depois de a entidade ter feito muitos alertas ao poder público sobre a situação caótica do sistema prisional do Paraná. “Faz tempo que mostramos a questão de segurança dentro das delegacias, não foi feito nenhum planejamento nesse sentido, um planejamento do governo. A polícia faz várias prisões, só que não tem onde colocar essa gente. Nosso maior problema é colocar o preso na delegacia e você ter que cuidar. Quando você prende o marginal, você vira inimigo número um dele. Então imagine você cuidando do inimigo.”

Desvio de função

O presidente do Sinclapol, André Gutierrez, disse nesta quinta que Gogola foi morto exercendo uma função que não cabe a policiais civis. “As escoltas de presos não são de responsabilidade de policiais, cujo trabalho é investigar. Quem deve fazer este procedimento é a Seju [Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos] e a Polícia Militar”, afirmou Gutierrez.

O crime

Gogola e um agente carcerário, identificado como Marcos Vieira Niehues, escoltavam o detento Dionatan Mendes de Quadros durante uma consulta ao dentista por volta das 11 horas desta quinta (5).

Segundo informações da delegada Gisele Durigan, titular da delegacia de Campo Largo, um grupo armado formado por quatro homens, que chegou em dois carros, rendeu Gogola ainda na porta do consultório. Os criminosos usavam balaclavas para não serem identificados. Após resgatarem o preso, o grupo executou o superintendente com um tiro na nuca. Já o agente carcerário, levou um tiro nas costas. A informação inicial era de que Gogola havia levado dois tiros, e que o agente teria levado seis tiros na barriga.

Após terem efetuado os disparos, o grupo de criminosos conseguiu fugir levando o preso. Nihues foi socorrido e levado de helicóptero para o Hospital Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo. Segundo informações da Polícia Civil, ele está lúcido e o estado de saúde dele é estável.

O preso resgatado e recapturado, Dionatan Mendes de Quadros, estava preso por roubo desde o dia 3 de junho.

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Fonte: Gazeta do Povo / Foto: Aniele Nascimento / Agência de Notícias Gazeta do Povo