taynaO Ministério Público do Paraná protocolou neste domingo, 14 de julho, no juízo criminal de plantão de Colombo, na região metropolitana de Curitiba, pedido de liberdade provisória dos acusados de violentarem e matarem a adolescente Tayná Adriane da Silva. O pedido foi feito pelos promotores de Justiça Ricardo Casseb Lois e Paulo Sergio Markowicz de Lima, que atuam no caso. Por se tratar de pedido urgente, a Justiça deve analisá-lo ainda neste domingo.


O pedido de liberdade está fundamentado no fato de que os acusados já foram interrogados várias vezes no inquérito policial e cederam material genético para confronto com evidências. De acordo com a Promotoria, não seria mais necessária a manutenção da prisão para garantir providências investigatórias. Além disso, os promotores sustentam que os acusados não demonstraram, até o momento, sinais de periculosidade que possa levá-los a praticar novos crimes.

A decisão de requerer a liberdade provisória foi tomada após o último depoimento dos acusados, ocorrido na noite deste sábado, 13 de julho, na Secretaria de Segurança Pública do Paraná, e acompanhado integralmente pelo Ministério Público. Durante o interrogatório, os acusados alegaram inocência e afirmaram que foram torturados para confessar o crime.

Para os promotores de Justiça, as provas que existem contra os acusados no inquérito, até o momento, não são suficientes para iniciar o processo criminal.

Afastamento – O delegado do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), Amarildo Antunes, informou hoje que todos os 20 policiais da delegacia do Alto Maracanã, em Colombo, que atuaram na investigação do caso de estupro e homicídio da adolescente Tayná Adriane da Silva, foram substituídos temporariamente por equipes do Cope e de outras unidades. Doze presos também serão transferidos da delegacia, segundo o delegado. Outros 22 detentos permanecem no local. De acordo com Antunes, a determinação ocorreu por parte do delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Vinícius Michelotto.

Ainda segundo o delegado Amarildo, os policiais do Cope ficarão responsáveis pela guarda dos presos e da delegacia. A parte administrativa ficará sob a responsabilidade do delegado titular de Colombo, Irineu Portes. “Isso foi uma medida foi tomada para garantir transparência, tranquilidade e para que ninguém crie obstáculos para que as investigações no caso da Tayná transcorraram normalmente”, afirmou o delegado.

Durante uma coletiva de imprensa na sexta-feira (12), o promotor Paulo Lima afirmou que um exame realizado no Instituto Médico-Legal (IML) de Curitiba indicou que o sêmen encontrado na calcinha da Tayná não é de nenhum dos suspeitos. A prova, porém, na avaliação dele, não significa inocência.

“(O sêmen) Pode ser de uma relação consentida, que ela teve antes de ser morta. Então, nós temos que ter bastante cautela quanto a isso. Ele é um exame, na verdade, que ele não é afirmativo da responsabilidade dos suspeitos (…). Essa prova, na verdade, os beneficia, mas não exclui a responsabilidade de ter havido uma relação sexual em que não ocorreu a ejaculação. Além disso, não exclui a responsabilidade deles em relação ao homicídio”, afirmou o promotor.

Diante do resultado, o promotor afirmou que até o momento os indícios contra os suspeitos são insuficientes. O Ministério Público do Paraná tem até segunda-feira (15) para apresentar ou não denúncia contra os quatro homens presos.

A coordenadora dos direitos humanos da OAB Federal, Isabel Kugler Mendes, informou também hoje que o advogado Roberto Rolim de Moura Júnior, que representava os quatro suspeitos presos após o crime da adolescente foi destituído na noite de sábado (13). Segundo ela, o afastamento ocorreu logo após os quatro presos terem sido levados para a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) para prestar depoimento. Um deles teria pedido o afastamento do advogado. Segundo ela, o advogado tinha determinado que os presos ficassem em silêncio sobre o caso até uma nova determinação e ficou surpreso com a convocação dos mesmos por parte da polícia.

Fonte: BEM PARANÁ