deputadoPresidente do PSD do Paraná, o deputado federal Eduardo Sciarra descartou ontem aceitar a oferta do PT para ser o vice da ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, na disputa pelo governo do Estado em 2014. Segundo ele, o partido está trabalhando para lançar candidato próprio, e tem como principal nome para a missão o empresário Joel Malucelli. Na segunda-feira, o deputado federal e vice-presidente da Câmara, André Vargas, garantiu que Gleisi é candidata ao Palácio Iguaçu no ano que vem, e que a chapa “ideal” para acompanhá-la teria Sciarra como vice, e o ex-senador Osmar Dias (PDT) como candidato ao Senado.

Formado sob a liderança do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o PSD deve fechar acordo com o PT no plano nacional para apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Mas nos estados, a tendência é o partido liberar as coligações nas disputas pelos governos locais. No Paraná, a legenda integra a base de apoio do governador Beto Richa (PSDB), candidato à reeleição.

“O PSD no Paraná tem nomes que podem representar muito bem uma candidatura própria como, por exemplo, o empresário Joel Malucelli, que está conversando conosco e é um nome que a gente está trabalhando, preparando, além de outros nomes que podem ser colocados”, afirmou Sciarra, ontem, à rádio Banda B. O parlamentar confirmou que a sigla tende a manter-se na base de Dilma na disputa presidencial. “Tenho uma relação respeitosa com a presidente Dilma, somos da base aliada e a tendência é caminhar com ela nacionalmente, mas nos estados temos total liberdade e aqui no Paraná trabalhamos para viabilizar uma candidatura própria”, explicou.

O PT tem como estratégia tentar atrair os partidos que integram a base do governo Dilma para palanques regionais nos estados. Além do PSD, o PP também está na mira dos petistas. A legenda igualmente integra a base da presidente no plano nacional e o do governador Beto Richa no Estado.

Palanque – Nas eleições de 2010, o PP não fechou aliança para a disputa presidencial, e também liberou as coligações estaduais. Para a eleição do ano que vem, o novo presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), já defendeu publicamente o apoio formal à reeleição de Dilma, mas admitiu que nos estados dificilmente haverá uma repetição dessa aliança.

Interessado em esvaziar o palanque de Gleisi, o governador Beto Richa também vem tentando atrair essas legendas para seu palanque. Em março, nomeou o deputado federal Reinhold Stephanes, do PSD, para a Casa Civil do governo. E também o deputado federal Ratinho Júnior (PSC) para a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano. O PSC de Ratinho Jr integra a base de Dilma e tinha bom relacionamento com o PT. Mas a relação se desgastou depois que os petistas decidiram a apoiar a candidatura de Gustavo Fruet (PDT) à prefeitura, em detrimento de Ratinho Jr, derrotado pelo pedetista no segundo turno da eleição da Capital.

Situação semelhante envolve o PMDB, que integra a base do governo Dilma no plano nacional, mas “namora” a candidatura à reeleição de Richa no Paraná. O governador nomeou recentemente o deputado estadual Luiz Eduardo Cheida (PMDB) para a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, e convidou o ex-governador Orlando Pessuti para assumir a presidência da Sanepar. Pessuti, porém, recusou o convite, preferindo assumir um cargo de conselheiro na Itaipu Binacional, a convite do PT, sinalizando um provável apoio à candidatura de Gleisi.

Fonte: Bem Paraná