onibus A tarifa técnica dos 13 municípios da Região Metropolitana necessária para custear o serviço chegaria hoje a R$ 4,20, contra R$ 2,85 do custo do sistema apenas da Capital. A informação é do líder do PDT na Câmara Municipal, vereador Jorge Bernardi, que integra a Comissão de Análise da Tarifa do Sistema de Transporte Coletivo, instituída pelo prefeito Gustavo Fruet (PDT). Em discurso na Câmara, ontem, Bernardi afirmou que esse e outros desafios exigem a busca de soluções alternativas para a questão do transporte coletivo da região.

“Os dados apresentados são preocupantes”, disse o vereador ao se referir ao prejuízo que o sistema de transporte de passageiros vai ter “porque a tarifa de R$ 2,85, que é atualmente praticada vai trazer defasagem de R$ 80,6 milhões”. O parlamentar levou ao plenário todos os documentos que ele conseguiu da reunião: legislação, decreto e planilha de cálculo para torná-los acessíveis aos demais vereadores “e para que a Casa se capacite para encontrarmos juntos soluções”, explicou.


A questão do lucro das empresas é outro fator que merece debate pela ótica de Bernardi. O cálculo é de que as empresas do setor lucrem mais de R$ 100 milhões este ano. A previsão é de que as empresas transportem 303,4 milhões de pagantes, “um negócio altamente rentável”.

A comissão foi instalada na semana passada, depois que o governador Beto Richa (PSDB) anunciou que a partir de maio, não manterá mais o subsídio instituído em abril do ano passado, ainda na gestão do ex-prefeito Luciano Ducci (PSB), para garantir a tarifa integrada entre Curitiba e os municípios da região metropolitana. O prefeito Gustavo Fruet reagiu afirmando que caso o convênio não seja renovado, a partir de maio a responsabilidade pela definição da tarifa dos 13 municípios da RMC que fazem parte da rede integrada será responsabilidade do governo estadual.

Segundo a Urbs, seriam precisos R$ 84 milhões anuais de subsídio para manter a integração. O governo do Estado alega que o subsídio foi instituído em caráter excepcional, e que a responsabilidade pela gestão da rede integrada é dos municípios. Para compensar o fim do subsídio, Richa enviou à Assembleia Legislativa um projeto que prevê a isenção da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre o óleo diesel utilizado no transporte urbano, o que segundo o governo representaria um impacto de R$ 0,06 na tarifa. A prefeitura rebateu afirmando que a isenção seria insuficiente, pois seu impacto seria de apenas R$ 0,03, enquanto o subsídio representaria R$ 0,18.

Também na semana passada, o secretário de Estado do Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior (PSC), que tem sob sua jurisdição a Coordenadoria da Região Metropolitana (Comec), homologou o reajuste proposta pela prefeitura, mas cobrou a realização de uma pesquisa de origem e destino de passageiros, alegando que sem isso, não há como verificar se a planilha de custos está correta. A prefeitura respondeu afirmando que o estudo já está em fase de planejamento, e que ele jamais foi realizado em gestões anteriores. A Urbs apontou ainda que ao homologar o reajuste, o governo do Estado na prática concordou com os cálculos apresentados. (IS)

Fonte: Bem Paraná