loucoOs equipamentos da rede de saúde mental de Curitiba vão passar por mudanças e ampliações nos próximos 60 dias. Três Centros de Atendimento Psicossocial (Caps) começarão a atender em período integral, 24 horas por dia, sete dias por semana. Atualmente, só um Caps funciona 24 horas na capital.

A estratégia de consultórios de rua, que hoje funciona somente na Praça Osório, também será ampliada até o final do ano. “A longo prazo, o objetivo é contar com um Caps 24 horas e um Caps AD (álcool e drogas) em cada distrito sanitário, que atende uma população de aproximadamente 200 mil habitantes”, disse o diretor do Centro de Assistência à Saúde da SMS, Marcelo Kimati.


Para os próximos 12 meses, a intenção é implantar ainda uma unidade de acolhimento para usuários de drogas que estejam em tratamento, com capacidade de dez leitos.

A ampliação foi definida após um diagnóstico feito na rede de saúde mental de Curitiba, realizado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A coordenação da Saúde Mental avaliou todas as unidades que prestam atendimento aos usuários, entre eles os 13 Caps, residências terapêuticas, consultório de rua, hospitais psiquiátricos, hospitais-dia, ambulatórios de saúde mental e a Central de Regulação de Leitos.

Marcelo Kimati disse que, além das visitas presenciais, foram feitas avaliações dos aspectos administrativo e financeiro dos contratos firmados com os prestadores de serviço nos Caps. “Hoje há pouca uniformidade entre os serviços oferecidos na rede de saúde mental. Os Caps são heterogêneos, tanto na forma de trabalho quanto na qualificação dos profissionais. Não há um processo comum a toda a rede”, afirmou.

Outro aspecto que precisa avançar é a articulação entre a rede de urgência e emergência e a rede de saúde mental. De acordo com a avaliação, a maior parte das internações psiquiátricas do município vem dos Centros Municipais de Urgência e Emergência (Cmums). “É necessário estabelecer formas mais consistentes de articulação, como avaliação psiquiátrica sistemática dos pacientes que utilizam leitos dos Cmums”, destacou.

Espaços coletivos

Kimati ressaltou a necessidade de criação de espaços coletivos permanentes entre os trabalhadores da saúde mental. “Alguns já estão implantados, como a câmara técnica de álcool e drogas e o fórum de saúde mental. Estes espaços promovem a troca de experiências e o alinhamento do trabalho”, enfatizou.

Essa capacitação começa ainda este mês, com um seminário que a Secretaria vai realizar nos dias 25 e 26 de março, com representantes do Ministério da Saúde. Cerca de 400 pessoas devem participar do evento, entre profissionais da SMS, de outros municípios da Região Metropolitana de Curitiba e de cidades estratégicas da Região Sul.