Uma professora da Escola Estadual Emilio de Menezes, em Curitiba, entregou a um dos alunos uma prova impressa no verso de um exame de urina. A prova de português foi aplicada ao aluno da sétima série do ensino fundamental, em outubro.

A mãe do garoto, que preferiu não se identificar, diz que ficou revoltada quando viu a folha de papel utilizada para a impressão da prova. “Todo começo de ano, pedem 200 folhas de papel para ficar na escola e outras 50 para andar com ele. Até ele ficou indignado quando viu”, conta. Conforme a mulher, esta foi a primeira vez que algo assim aconteceu e que, pelos relatos do filho, não é uma prática de outras professoras.

O garoto de 13 anos foi matriculado nessa escola em 2011. A mãe diz que decidiu matricular o filho por indicação do colégio anterior onde ele estudava. “Eu nem conhecia a escola, eles indicaram porque ficava mais perto de casa e me disseram que era um bom colégio”, lembra.
O G1 tentou entrar em contato com a professora que aplicou a prova, mas ela não respondeu às ligações. Uma funcionária do colégio, que também não quis se identificar, informou que ela tem o hábito de utilizar folhas de rascunho da secretaria para imprimir atividades para os alunos.

A Secretaria de Estado da Educação também foi procurada. Em nota, a SEED lamentou o fato e disse que não há qualquer orientação para que as escolas adotem esse tipo de prática. Quanto à compra material escolar, a secretaria informou que os pais não podem ser obrigados a contribuir. Qualquer contribuição deve ser feita apenas de forma voluntária.

Leia abaixo a íntegra da nota da Secretaria de Educação do Paraná:

NOTA DE ESCLARECIMENTO
A Secretaria de Estado da Educação lamenta o fato de um aluno ter recebido uma avaliação impressa no verso de um exame laboratorial de saúde. Nunca houve qualquer orientação para que as escolas adotem esse tipo de procedimento, apesar da reciclagem ser uma prática louvável.

Quanto à lista de material que as escolas costumam solicitar aos pais dos alunos no início do ano letivo, a Secretaria lembra a comunidade de que nenhuma família pode ser obrigada a cooperar com a compra materiais de uso comum. Qualquer contribuição apenas pode ser feita de forma voluntária.

Apenas em 2012, as escolas paranaenses receberam R$ 80 milhões do Governo do Estado, via Fundo Rotativo, para a compra de material de expediente.

Fonte: G1PR