paranaNosso colunista de finanças Tramujas Junior, deixa de lado o vídeo para escrever um texto sobre a proposta do Paraná Clube em vender papéis na bolsa, confira.
Quando li a primeira vez sobre a possibilidade do Paraná Clube abrir o capital na bolsa, me chamou muito a atenção. Isso é uma grande mentira, um “balão de ensaio”, jargão jornalístico para denominar uma matéria irreal. Minha experiência de mais de 4 anos cobrindo e estudando bolsa de valores já sinalizavam para não aceitar aquela matéria como queriam me fazer engolir, a mim e todos os potenciais investidores.


Peraí , eu pensei, até onde estudei e de tudo o que catedráticos do setor sempre afirmaram com grande firmeza era: “Para uma companhia abrir o capital na bolsa, e ser algo realmente interessante para a companhia, ela deve estar avaliada acima de R$400 milhões de reais, para poder pagar todos os custos do processo”. Natural, e talvez por isso tão poucas companhias estejam na BM&F Bovespa, apenas aproximadamente 480 companhias. E olhe que a lista de companhia que faturam bilhões de reais no Brasil é muito maior.

É difícil ficar quieto ao ler a tremenda bobagem que li hoje na Gazeta do Povo: “Tricolor S/A quer captar R$ 5 milhões. Venda na Bolsa de Valores dos papéis paranistas está prevista para começar até o fim de abril” (leia aqui)

A entrada da Tricolor S/A, que tem 70% de suas ações em mãos do Paraná Clube, poderia ser pelo projeto Bovespa Mais, na qual a BM&F Bovespa incentiva a entrada de empresas de menor valor na bolsa. Até onde sei, todas as companhias que fazem parte do Bovespa Mais já devem ser operacionais, já devem estar no mercado gerando lucro. E este claramente não é o caso da Tricolor S/A.

Investiguei entre o mercado de investimentos o Sr. Alexandre Azambuja, que queria abrir o capital de 20 empresas pré operacionais ano passado. Até agora não saiu nada…(leia aqui). Nada vingou!
O valor que Azambuja afirma querer captar no pregão da bolsa é muito baixo, e não faz sentido devido aos custos que uma companhia com capital aberto deve ter. Infelizmente para os torcedores paranistas, e torcedores do futebol paranaense, duvido que este projeto saia do papel. Parece mais uma forma de promoção dos envolvidos do que um projeto que acontecerá.

Agora um jornal com a tradição da Gazeta do Povo engolir este balão de ensaio, sem ao menos checar a viabilidade disso com o mercado me deixa chocado. Sem estudar o que realmente o Sr. Alexandre Azambuja conseguiu em seus projetos, qual o histórico e veracidades destes papéis, como funciona a BM&F Bovespa, qual banco seria o sócio fiador destes papéis, etc.

Uma mentira contada muitas vezes se torna verdade? Cadê o jornalismo investigativo?”

Cuidado, não acreditem em tudo o que leem.