Frutas, verduras e legumes sempre fresquinhos. Carnes e peixes na temperatura certa. Uma variedade de queijos e frios e aquele pastel quentinho, de dar água na boca. Os consumidores se encantam com a variedade de alimentos à venda nas 90 feiras da Prefeitura de Curitiba. Mas o que a maioria da população não sabe é que, por trás da qualidade oferecida pelos feirantes permissionários, está uma equipe da Secretaria Municipal de Abastecimento e Agricultura de olho nos produtos comercializados nas feiras livres, noturnas, gastronômicas e de orgânicos.

“Nossa missão é monitorar e orientar os permissionários sobre como manter a qualidade dos alimentos de origem vegetal e animal, bem como os prontos para consumo”, salienta a médica veterinária e gerente técnica de Controle de Qualidade da Secretaria Municipal de Abastecimento e Agricultura, Virginia Afonso Gasparini. Especializada em Qualidade Total de Alimentos, ela conta que todos os feirantes são avaliados por um rigoroso check list com vários quesitos a serem cumpridos, como limpeza das bancas, higiene pessoal, descarte adequado de resíduos e, como “ponto crítico” de controle, a temperatura dos alimentos. “Os pescados exigem refrigeração em temperaturas que devem variar entre -2°C e 2°C. As carnes, 7°C. Frios e embutidos, 10°C”, exemplifica.

Tudo registrado
Munidos de listagens de verificação, termômetros e máquina fotográfica, os técnicos visitam as feiras sem prévio aviso. O check list é customizado para cada tipo de produto – de origem animal, vegetal, orgânico e alimentos prontos. “No caso dos orgânicos, é exigido o selo Orgânico Brasil para os alimentos embalados e placas ou banners para os produtos a granel”, acrescenta a gerente.

Caso o técnico encontre um item em desacordo, a irregularidade é fotografada e é feito um Auto de Constatação de Irregularidade. O documento é enviado ao setor responsável na Secretaria para que seja aberto um processo administrativo. Os permissionários com os itens em desacordo são orientados para corrigir as falhas.

Virgínia ressalta que o monitoramento visa principalmente a orientação para o uso de boas práticas e, portanto, não tem caráter punitivo, apesar de existirem penalidades para coibir práticas inadequadas (advertência, multa, suspensão e até cassação da licença de permissionário. “Cada permissionário recebe a visita de um monitor pelo menos uma vez a cada trimestre”, revela a médica veterinária.

Tudo fresquinho
Grávida de sete meses, Izabella Medeiros, 33 anos, percorre com a filha Manuella, de 3 anos, a feira do Ahú, toda quinta-feira. Nas bancas, ela olha atentamente a qualidade das frutas e verduras, sem esquecer de observar as condições do local. “Tudo está sempre limpo e higienizado. A qualidade é mesmo um diferencial”, garante a futura mamãe de Matheus.

Mãe e filha, Noêmia Ruiz, 77 anos, e Annelise Ruiz, 58 anos, escolhem juntas os alimentos nas barraquinhas do Ahú. “A gente sempre vem por conta da qualidade dos alimentos, da limpeza do local e do clima familiar”, observa a psicóloga Annelise, que desde pequena aprendeu com a mãe a importância de observar a procedência dos alimentos.

A aposentada Maria de Lourdes Hacke, 66 anos, é cliente cativa da van de queijos e frios da feira do Ahú. “Tudo é fresquinho e a qualidade é impressionante”, conta. Os pescados comercializados no local são muito procurados pela aposentada Ulda Passos, 71 anos, que também compra frutas e folhosas no Ahú. “No caso do peixe, é impressionante preocupação em ter tudo fresquinho, na temperatura certa”, acrescenta.

Listinha
A médica Rita Rossini, 28 anos, começou a adquirir recentemente as frutas e verduras à venda na feira de orgânicos da Praça do Japão, no bairro Água Verde. “Couve, brócolis, couve-flor e alface sempre estão na minha lista de compras. Tudo tem que ser orgânico, pois é mais saudável”, afirma. Ela também avalia que os preços estão mais acessíveis. “Sem falar na qualidade, que faz toda a diferença”, acrescenta.

A escritora Narci Souza, 76 anos, sempre chega cedo a feira de orgânicos da Praça do Japão. “Tento pegar tudo bem fresquinho. A variedade é muito boa, o atendimento diferenciado e todos os alimentos têm muita qualidade”, destaca. Na ecobag da escritora não pode faltar berinjela, alho e alface, tudo, é claro, orgânico.

A Gerência Técnica de Controle de Qualidade da Secretaria Municipal de Abastecimento e Agricultura também realiza o monitoramente da qualidade dos alimentos no Mercado Municipal, no Mercado Regional Cajuru, no Varejão do Capão Raso e nos Sacolões da Família.

No site (http://www.curitiba.pr.gov.br/servicos/cidadao/1/0/0/1) estão os endereços das feiras administradas pela Secretaria Municipal de Abastecimento e Agricultura.

Fique atento
Algumas exigências que os feirantes precisam cumprir e que fazem parte do monitoramento da Secretaria Municipal de Abastecimento e Agricultura:

– Feirante que prepara alimento precisa comprovar que fez curso de manipulador de alimentos;

– O comerciante de alimentos prontos ou de origem animal deve usar roupas e equipamentos adequados ao produto, touca no cabelo e não podem usar acessórios durante o trabalho, como brincos e anéis;

– Unhas devem ser mantidas bem aparadas e sem esmaltes;

– Lembra do pastel “quentinho”? Ele deve ser conservado em temperatura superior a 60°C;

– Alimentos embalados devem vir com etiquetas com data de fabricação, validade, entre outras informações;

– No caso das barraquinhas de alimentos prontos e de origem animal, é exigido que tenha pia exclusiva para lavar as mãos.

Fonte: Prefeitura de Curitiba