baierNão é uma final de campeonato de fato, mas o clássico de amanhã entre Atlético e Paraná, às 16h20, no Eco­estádio, tem todos os ingredientes de uma decisão. Ao menos para o lado do Furacão, já que vale o retorno à Primeira Divisão – um empate basta para o acesso. Por isso que o CT do Caju tem vivido nesta semana um ambiente típico de partidas especiais, com direito a regime de concentração total e todo o cuidado com as palavras para não atiçar o adversário. Evitar o evidente favoritismo também foi encorporado à nova rotina.

Uma decisão conjunta entre comissão técnica e elenco levou o time a se fechar totalmente para o confronto. Desde quarta-feira, jogador algum pisa fora do centro de treinamento – saída somente para o treino de hoje de manhã no local da partida. No QG atleticano, tudo controlado, desde a alimentação até o sono. Tudo meticulosamente calculado para que nada saia do rumo no grande jogo da temporada para o Rubro-Negro.

“É a última partida, a última semana de treinos. Isso exige uma preparação especial porque é um jogo decisivo. Vamos com uma grande causa a defender [o acesso]. Mas estamos vivendo uma trajetória interessante, com bons resultados, e isso nos fortalece. Tudo isso agrega valor”, disse o técnico Roberto Drubscky.

E na antevéspera da partida, ontem, outro sinal de que nada pode sair do controle. Apesar de ter sido confirmado novamente como reserva, Paulo Baier foi o encarregado de enfrentar as câmeras na coletiva de imprensa derradeira antes da “final”. Os 38 anos do jogador amenizaram as declarações pré-jogo para que nenhuma palavra seja usada pelo Tricolor como forma de motivação.

“Nesse momento, é melhor que eu venha aqui e fale [com a imprensa]. Assim a rapaziada pode ficar tranquila para apenas treinar”, explicou Baier, que não cansou de repetir o “tamanho” do jogo para a vida atleticana. “Fizemos um sacrifício muito grande durante o campeonato e chegou o jogo mais importante. O outro lado vai querer vencer, mas temos de nos concentrar no nosso trabalho. Não importa como, o importante é subir”, completou.

A concentração total, aliás, dá mais subsídios para que o foco seja exclusivo no Paraná, inclusive com jogadores e comissão técnica por dentro do que ocorre no dia a dia da Vila Capanema. Até pela situação delicada do Tricolor, com salários atrasados e redução de treinos, Drubscky espera dificuldades de sobra. “Temos acompanhado o que sai na mídia e sabemos que o jogo é muito importante para eles também. Vai ser uma partida temperada com muita emoção e com muita tensão. Os dois buscam um objetivo e por isso vai haver uma disputa interessante”, fechou.

Fonte: Gustavo Ribeiro/Gazeta do Povo