farofaO movimento “farofada do granito“, organizado pelo Facebook para protestar contra a instalação das calçadas de granito do bairro Batel, em Curitiba, começou com um número de manifestantes bem abaixo do esperado. O evento, que foi marcado para começar às 12h, tinha pouco mais de dez pessoas até as 13h. De acordo com uma das organizadoras, Kaley Michelle, mais de 63 mil pessoas foram convidadas pela rede social e sete mil confirmaram participação. O protesto foi organizado em virtude do valor gasto na obra, que segundo a prefeitura, foi de aproximadamente R$ 3 milhões.

“O movimento foi criado de forma muito espontânea. Então, quando nós planejamos, não estávamos pensando na praticidade de chegar aqui antes do almoço e com esse clima da capital. Mas eu estou achando até divertido porque tem mais policiais e jornalistas do que manifestantes”, brinca a organizadora. Ela acredita que até as 18h, quando deve terminar o manifesto, mais pessoas compareçam.

O objetivo da mobilização, segundo Kaley, é chamar a atenção dos curitibanos para a política atual. “Nós queremos conscientizar a população a fiscalizar os seus vereadores e em todos os que eles votam para evitar que no futuro não existam mais equívocos como a instalação desse granito”, explica.

A instalação das calçadas na Avenida Bispo Dom José causa polêmica entre os moradores da região desde janeiro deste ano.

Com 1 km de extensão, a obra faz parte do projeto de revitalização do local, que ainda contará com a troca do asfalto e a melhoria do paisagismo e da iluminação.

Depois da repercussão, a prefeitura anunciou que mil metros de granito, que já tinham sido adquiridos, serão colocados e que o restante do espaço será revestido de blocos de concreto. De acordo com o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), Sérgio Pires, a solução foi encontrada depois de conversas com a comunidade.

O professor Alexandre Alab, de 46 anos, esteve presente no manifesto desse domingo e reiterou a importância da mobilização. “Os governantes estão deixando claro que preferem caprichar nos bairros mais ricos do que nos mais pobres. A instalação dessa calçada caríssima aqui é uma divisão de classes sociais, e isso não deveria acontecer de jeito nenhum”, aponta.

“Eu vim até aqui para protestar porque a população da periferia está sendo excluída e a dos bairros de luxo esté sendo priorizada. Todos precisam ser tratados de maneira igual e o dinheiro precisa ser investido em coisas que realmente importam”, completa.

Fonte: G1PR