beijoO Carnaval é considerado a última festa antes de o brasileiro “pegar no batente”. Para muitas pessoas, principalmente para os adolescentes, é também o momento de uma atividade-extra na festa: o beijo na boca. O problema, entretanto, é que apesar de ser muito prazeroso, o contato pode transmitir uma doença chamada mononucleose infecciosa, popularmente conhecida como Doença do Beijo, que tem possibilidade de se transformar em meningite, anemia hemolítica e outras moléstias mais sérias.

Causada pelo vírus Epstein-Barr, a mononucleose é altamente contagiosa e pode ser transmitida por transfusão de sangue, contato sexual e, principalmente, pela saliva. Atinge qualquer faixa etária, mas é bem comum entre adolescentes e jovens adultos. De acordo com Jaime Rocha, infectologista do Laboratório Frischmann Aisengart, alguns cuidados pessoais podem evitar a contaminação. “Os principais fatores para a proliferação da mononucleose são as más condições de higiene pessoal e a grande concentração de pessoas em um pequeno espaço, que propicia aglomeração e facilita a dispersão do vírus”, afirma.

O problema de ser contaminado é que os males duram, em média, três semanas e os principais sintomas são febre, dor de garganta, mal estar, fadiga, aumento de gânglios (com dores), de fígado e baço. Cerca de 10% dos casos apresentam erupção cutânea, deixando a pele avermelhada e com aspecto de lixa.

Os números podem atingir 100% dos pacientes se os indivíduos se submeterem a tratamento inapropriado com antibióticos, como penicilinas. “A mononucleose é uma virose e esses remédios não têm indicação no tratamento. Só estão indicados quando a doença se complica em algum processo bacteriano”, alerta Rocha.

Outros fatores que facilitam a proliferação da doença é que o período de incubação do vírus poder chegar a até 30 dias, não existe tratamento específico e a prevenção é complicada. “Até o momento, não existe nenhuma vacina contra a Doença do Beijo. Geralmente, a virose não é fatal, mas podem ocorrer complicações como meningite, encefalite, anemia hemolítica e, em casos mais graves, ruptura do baço”, afirma o infectologista.

O diagnóstico nem sempre é fácil porque outras viroses também apresentam quadro clínico semelhante. No momento da análise, o médico tem que se basear na história epidemiológica, quadro clínico e em exames complementares sugestivos. “Exames laboratoriais podem apresentar presença de linfócitos atípicos e orientar ao médico a que deve tratar”, diz o médico.

Já para os testes específicos voltados à mononucleose, existem as pesquisas de anticorpos heterófilos (monoteste), que podem apresentar resultados falso-positivos e falso-negativos (na presença de outras patologias), e a sorologia para pesquisa de anticorpos IgG e IgM para Epstein-Barr. Esse último apresenta maior sensibilidade e especificidade, podendo indicar a presença de doença ativa ou passada. “Atualmente, já está disponível a pesquisa do próprio vírus pela técnica de PCR em alguns materiais, como sangue e secreções respiratórias, o que possibilita um diagnóstico mais específico”, finaliza Rocha.

Fonte: Talk Assessoria em Comunicação