Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

A ideia da Federação Pa­­ra­­naense de Futebol (FPF) de levar todos os clássicos do Estadual para o Estádio Couto Pereira ganhou abrigo, por enquanto, em dois dos três interessados diretos. Além do Coritiba, proprietário do palco escolhido, o Paraná também manifestou ser favorável à medida – o Atlético, procurado pela reportagem da Gazeta do Povo, não quis comentar o assunto.

Ao todo, caso o trio de ferro entre em um acordo, tirando uma possível final, seis jogos seriam transferidos para o Alto da Glória.

“A ideia é muito boa. Con­cordamos com qualquer negociação que proporcione melhorias ao futebol paranaense. Só queremos que tudo fique decidido antes da terceira rodada [quando está marcado o jogo entre Atlético e Paraná]”, comentou o superintendente do Paraná, Celso Borba Bittencourt, já cobrando um posicionamento do Furacão para que a questão seja definida o mais rápido possível.

O Estádio Couto Pereira tem a capacidade autorizada pelo Corpo de Bombeiros para 34.872 pessoas. Uma possível realização dos clássicos lá exigiria uma definição sobre divisão de torcidas, renda e jogo de cintura dos clubes para comportar todos os sócio-torcedores – segundo dados oficiais, o Coritiba tem aproximadamente 30 mil e o Atlético outros 14 mil.

“Tem de sentar e conversar para resolver as arestas. Precisaremos achar uma saída inteligente para viabilizar esse tipo de acerto. E não é algo para ser discutido com a Federação, mas sim entre os clubes”, disse o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, o primeiro a ser consultado pelo presidente da FPF, Hélio Cury, sobre os clássicos no Couto Pereira.

A única exigência que o mandatário coxa-branca faz é de que todos os duelos envolvendo o trio de ferro, sem exceção, sejam realizados dessa forma.

Com a anuência da dupla Alviverde-Tricolor, falta cobrir a terceira parte. Mas as conversas vão precisar ultrapassar o obstáculo criado no ano passado, quando só houve provocações entre os clubes em relação a aluguel de estádio para o Atlético jogar a Série B.

Depois de várias notas oficiais, dos três, ninguém chegou a acordo algum, o que levou o Rubro-Negro a disputar as partidas do Nacional em Paranaguá e no Ecoestádio.

“Esse tipo de situação é bem diferente em relação ao ano passado [quando não emprestou o Couto Pereira para o Furacão]. Era uma situação que privilegiava apenas o Atlético, agora é algo que pode ser bom para todos. É diferente porque não vai beneficiar clube A ou B”, sustentou Andrade.

“O ano passado [jogo de acesso à Série A para o Atlético], o interesse era praticamente só deles, mas agora seria diferente”, completou Bittencourt.

O Ecoestádio, palco rubro-negro no Estadual, não agrada as polícias Militar e Rodoviária Federal em relação ao quesito segurança, sem contar os próprios clubes, prejudicados principalmente no aspecto de público – o Janguito Malucelli tem capacidade para 10 mil pessoas e os visitantes ficariam com, no máximo, 800 assentos.

Em 2012, por causa do impasse sobre a casa do Atlético (a Arena já estava em obras para a Copa), os dois Atletibas da primeira fase foram disputadas com torcida única. A ideia, que partiu do Atlético, teve a concordância dos órgãos de segurança e da diretoria coxa-branca.

Colaborou: Adriano Ribeiro.

Fonte: Gazeta do Povo