Doença que afeta 50% das pessoas que possuem diabetes há mais de dez anos e 90% após 30 anos de diabetes, a Retinopatia é hoje um dos principais problemas oculares, que acontece por conta da deterioração dos vasos sanguíneos que alimentam a retina. Depois de muito tempo sem tratamento, ela pode comprometer completamente a visão.

De acordo com o oftalmologista Thiago Clivatti de Marchi, que faz parte do corpo clínico do Instituto de Oftalmologia de Curitiba (IOC), a retinopatia diabética tem um estágio inicial não proliferativo, em que os vasos sanguíneos do olho podem se romper e provocar vazamentos de soro ou sangue, causando o inchaço da retina. “Estes ‘depósitos’ gerados podem atingir a região central da retina, a mácula, gerando manchas e reduzindo ou embaçando a visão. Essa é uma forma de perceber que a doença está se desenvolvendo e que pode se agravar para o estágio proliferativo, que é mais perigoso”, detalha o médico, que lembra que esta doença não tem sintomas perceptíveis, como acontece com patologias oculares como a miopia, a presbiopia e a catarata.

Por conta desta dificuldade inicial, é fundamental que o diabético realize consultas oftalmológicas completas ao menos uma vez ao ano. O ideal é que essa consulta aconteça com um oftalmologista especializado em problemas da retina. “O procedimento inicial é realizar uma dilatação da pupila com gotas de colírio e exame de fundo de olho, que facilita a percepção de indícios da doença”.

De acordo com profissional do IOC, o tratamento da doença inicia-se com o controle da glicemia, do colesterol e da pressão arterial do organismo, mas o paciente deve continuar realizando consultas médicas periódicas. “Se já houver risco de redução ou perda da visão, é importante iniciar o tratamento imediatamente, para evitar danos maiores à visão”.

Como toda pessoa diabética está suscetível à doença, os médicos alertam sobre a importância de tomar cuidados com a alimentação, realizar exercícios físicos frequentemente e tomar a medicação receitada pelo médico corretamente. “Os riscos estão presentes, mas se o diabético tomar estes cuidados, o desenvolvimento da retinopatia é mais improvável”, finaliza.

Fonte: LFCOM