A adaptação dos animais adotados – que já têm histórico de maus-tratos ou passaram pouco tempo na companhia de pessoas – nem sempre é um processo fácil e muitos optam pela devolução dos bichos. Para ajudar na adaptação, a veterinária Cláudia Terzian, da Rede de Proteção Animal da Prefeitura de Curitiba, tem algumas dicas.

Segundo a especialista, há diferenças entre o primeiro contato de gatos e cães. “Os felinos sofrem mais com mudanças de ambiente, tentam fugir ou voltar para a casa anterior e se perdem”, conta. “Já os cachorros se apegam com mais facilidade aos novos donos e outros locais.”

Gato ou cachorro exigem cuidados específicos para facilitar a adaptação. Os principais, de acordo com Cláudia, são com o espaço, hábitos e convivência com os responsáveis.

Chegando em casa
O cão deve ser levado, inicialmente, à área em que ele poderá fazer as necessidades. Somente depois disso deve conhecer o restante da casa. A cama, a água e alimento devem ficar o mais distantes possível do local das necessidades. “É um erro comum colocar tudo junto”, reforça Cláudia. Isto faz o cão buscar outros cômodos da casa, distantes do local de comer e dormir, para se aliviar. Do contrário, o animal fica submetido a um estresse crônico, afetando seu bem-estar.

Já no primeiro contato do gato, é preciso deixa-lo em um único cômodo. Coloque água, alimento para gatos e a cama de um lado. Do outro, a caixa sanitária, com areia higiênica – disponível em petshops. A água deve estar, pelo menos, um metro distante do alimento. O acesso ao restante da casa deve acontecer aos poucos – quando houver a certeza de que o animal está se alimentando bem e fazendo as necessidades normalmente.

Liberdade limitada (no começo)
Durante o primeiro mês, tome um cuidado maior para que o animal não tenha acesso à rua. Se puder, traga um objeto do lar anterior – um cobertor, por exemplo. Pode ajudá-lo a se sentir mais seguro.

Um pouco de distração
Providencie brinquedos e objetos para que seu cão possa roer. Sempre que der algo diferente, supervisione para ter a certeza de que ele não engolirá partes do objeto. Podem ser usados brinquedos comprados em petshops – cordas ou bolinhas de borracha maciça, e aqueles feitos com aproveitamento de materiais – garrafas pet, caixas de papelão ou potes de sorvete.

Já os gatos precisam arranhar e afiar as unhas. Para que não façam isso no sofá ou cortina, improvise um arranhador com uma caixa de papelão inclinada a 45º deve solucionar o problema. É preciso dispor os objetos arranhadores perto de locais de descanso do gato.

Faça companhia
Os cães têm uma grande necessidade de contato social. Eles sofrem quando ficam muito tempo sozinhos em casa. Brincar com o cão, passear com ele ou mesmo descansar ao lado do dono são importantes para o bem-estar do animal. Os gatos, embora sejam muito empenhados em controlar seu território, são apegados aos donos. Também gostam e necessitam de cuidados e atenção. E, mesmo que fique sozinho, nenhum animal pode permanecer preso a corrente curta ou confinado num espaço pequeno para o seu tamanho.

Não amedronte o animal
Cães e gatos adotados podem ser medrosos, ou mesmo já ter sofrido maus tratos. Mesmo animais dóceis estabelecerão a confiança em seu novo tutor aos poucos e com o tempo. Não se deve enfrentar um animal que rosna ou se mostra desconfortável com situações as quais ele não está acostumado. Nem sempre um cão que se mostra agressivo é dominante. Ele pode estar com medo.

Regras de comportamento para as pessoas também
É preciso estabelecer regras do tipo “sempre pode subir no sofá”, ou “ninguém dará alimento para o cão durante as refeições das pessoas.” Todos da casa devem seguir as regras para que o cão aprenda mais depressa.

Fonte: Prefeitura de Curitiba