destaque_fachada_2A tecnologia limpa que trata o odor da fumaça, desenvolvida pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), vai ter o exame de pedido de patente acelerado neste ano, devido à inclusão do projeto no Programa Patente Verde, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Pelo programa, tecnologias inovadoras voltadas ao meio ambiente com pedido de patente no Inpi ganham prioridade no exame do requerimento.

O programa piloto do Patente Verde teve início em abril de 2012. Hoje, está na 3.ª fase, que vai ser estendida até abril de 2015 ou até atingir 500 novas vagas. Ganham prioridades dentro do programa tecnologias voltadas ao uso de energias alternativas, à conservação da energia e ao gerenciamento de resíduos, por exemplo. Com a iniciativa, essas inovações são mais rapidamente identificadas e seu licenciamento estimulado.

O pedido de patente da tecnologia que trata o odor da fumaça foi feito pela Agência Tecpar de Inovação (AGTI) em setembro de 2010. Para o gerente da AGTI, Marcus Zanon, ser aceito no Programa Patente Verde dá boas chances de o exame de patente ser realizado logo. “As análises das patentes podem levar até dez anos. Esperamos, ao sermos enquadrados no programa, que o exame do nosso requerimento possa ser feito em meses”, afirma.

A TECNOLOGIA – O sistema biológico automatizado para eliminação do odor das emissões gasosas de atividades comerciais poluidoras foi desenvolvido pelo Tecpar em outubro de 2009, a partir de uma demanda de um empresário de Curitiba, pelos pesquisadores Alexandre Akira e Anderson Sakuma.

O proprietário da Devon’s Grill (churrascaria de Curitiba) buscava uma solução para o problema de emissão de odor e fumaça liberada pela chaminé da sua churrascaria. Para se adequar à legislação ambiental aplicável ao negócio foi criada a tecnologia sustentável, a partir de uma parceria entre o Tecpar, a churrascaria e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

A tecnologia utiliza um sistema biológico automatizado de fotobiorreatores que contêm microalgas. Na presença da luz, esses micro-organismos retiram da fumaça seus nutrientes para realizar seu próprio metabolismo, diminuindo consideravelmente o odor da fumaça.

A proposta inicial previa que 10% do volume total da fumaça fosse tratado, mas, após o desenvolvimento da tecnologia, o sistema conseguiu tratar 35% do que era emitido. Além da redução das emissões, a tecnologia apresentou ainda um aumento na eficiência na geração da biomassa a partir das microalgas, melhorando assim a qualidade do óleo extraído desses micro-organismos. Esse óleo pode vir a ser utilizado na indústria, como a alimentícia e de cosméticos, e também na produção de biocombustível.

Devido aos resultados apresentados, a tecnologia teve o pedido de patente depositado e a inovação já foi tema de dez trabalhos de conclusão de curso e de três dissertações de mestrado.

Fonte: AEN