A indústria vem recuperando participação nas exportações do Paraná. Graças à retomada de mercados internacionais, câmbio mais favorável e alta competitividade nas fábricas do Estado, 48,37% de tudo que foi enviado ao exterior pelo Paraná no primeiro semestre vieram da indústria – o maior percentual desde 2012 (48,8%). No mesmo período de 2016, a indústria havia respondido por 44,2% dos embarques do Estado.

O levantamento é do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes), com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

O Paraná exportou 25,86% mais produtos industriais no primeiro semestre. Foram US$ 4,38 bilhões, contra US$ 3,48 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Na mesma base de comparação, as vendas externas de produtos básicos cresceram menos: 6,2% – passando de US$ 4,34 bilhões para US$ 4,61 bilhões.

ARGENTINA – Um dos setores que mais sofreu os efeitos da recessão no mercado interno, a indústria vem se beneficiando, agora, principalmente da retomada das importações da Argentina. O país vizinho é o principal destino de produtos industrializados do Estado, com destaque para automóveis, papel, motores e tratores.

De acordo com Daniel Nojima, diretor do centro de pesquisas do Ipardes, a indústria ganha participação mesmo com o aumento das exportações de produtos básicos (como grãos, por exemplo).

“Os produtos industrializados paranaenses conseguem ser competitivos no exterior mesmo quando o câmbio não é tão favorável e vem aproveitando, agora, neste momento de retomada dos mercados compradores”, diz Nojima.

AUTOMÓVEIS – Boa parte do resultado da indústria no semestre veio dos embarques de automóveis, que somaram US$ 516,23 milhões no primeiro semestre, 93% a mais do que no mesmo período de 2016.

De acordo com o Ipardes, do total exportado pela indústria, 36,1% foram de produtos manufaturados e 12,6% de produtos semimanufaturados.

As exportações de automóveis, cuja participação entre os produtos manufaturados enviados ao exterior chegou a cair para 6,85% em 2015, no primeiro semestre deste ano responderam por 15,74% – o maior índice desde 2010.

Entre os manufaturados, além dos automóveis, foram destaque madeira, com 5,07% do total, café solúvel, (4,15%), papéis (3,83%).

VALOR AGREGADO – Aumentar as exportações de industrializados é importante, de acordo Nojima, não apenas para deixar a pauta de comércio exterior mais diversificada e menos dependente das commodities, mas também porque os produtos manufaturados têm maior valor agregado, com impacto significativo nas receitas.

Para Nojima, as exportações, tanto de industrializados quanto de commodities, devem ser um dos caminhos para a saída da crise e do crescimento da economia do Estado em 2017. No primeiro semestre, as exportações totais do Estado cresceram 15,15% em relação ao mesmo período do ano passado, somando US$ 9,06 bilhões.

Fonte: AEN