Você curte música e começa a prestar atenção no falatório sobre discos de vinil. Depois de ver seus amigos com status de “bacanas” porque postam em suas páginas os discos que acabaram de comprar, então decide começar a própria coleção. O que fazer?

 

Para Andye Iore, jornalista, colecionador, criador do Clube do Vinil de Maringá e um dos principais agitadores culturais do Paraná em se tratando de discos de vinil, o principal no começo é ter uma boa vitrola:

“Não se deixe influenciar pelo design dos toca-discos novos vendidos em livrarias e lojas de departamento. Hoje é muito fácil você achar uma vitrola antiga em eletrônicas, sebos, lojas de antiguidades, com particulares pela Internet. Vale muito mais fazer uma manutenção num aparelho antigo que comprar um novo. Não há comparação na qualidade do áudio e, certamente, você gastará bem menos no futuro para consertar supostos defeitos conforme vai usando.”

 

Outra dica de Andye é não se preocupar em ter um aparelho sofisticado já que a diferença na qualidade é mínima: “Curta a música pela música e não porque você tem um aparelho melhor ou pior que seu amigo. Assim também vale para as diferentes edições de um disco. Ser 140 ou 180 gramas, edição europeia ou brasileira, também não faz muita diferença. Invista mais em discos e não em aparelhos sofisticados. “

 

Hora dos discos
Depois de escolher seu aparelho, vem os primeiros discos. A principal dica de Andye Iore é começar  pelos artistas que você mais gosta: “ É bem comum no começo da coleção a pessoa ser facilmente atraída pelas promoções e comprar discos baratos. Não caia nessa. Um colecionador compra pela importância de um título, é determinado a ter discos de sua banda favorita. E não a ter discos baratos que, geralmente, são escutados nos primeiros dias e depois ficam encostados e esquecidos. Um disco de uma banda que você curte será rodado sempre.”

 

Uma opção para renovar a coleção também é trocar os discos que você não escuta mais. Troque com um amigo ou vá nas feiras de discos onde os expositores, geralmente, trocam no sistema 2×1, considerando o estado de conservação e procura que tem seu disco.

Feiras de Vinil
Uma das melhores opções para conseguir discos é nos encontros de colecionadores como a Feira Vinil Vivo na Nova Garagem. Para o jornalista, estes encontros são excelentes pelo grande volume de vendedores de diversas regiões e cidades que  se encontram ao mesmo tempo:

“Eu criei o projeto Zombilly em Maringá e participo de diversas feiras e eventos em muitas cidades. Nestes encontros, como o da Feira Vinil Vivo, eu consigo levar muito disco bacana que nem sempre as pessoas encontram em Curitiba . O mesmo acontece com outros expositores que sempre levam discos raros ou importados. Na verdade se encontra de tudo, de coisas mais básicas até peças punicas. Além, é claro, das amizades que nascem nestes eventos.” reforça  Andye.      

 

Armazenamento de discos
E conforme vai aumentando seus discos, Andye orienta que se guarde sempre a coleção na vertical. Nunca deixe seus discos empilhados, um em cima do outro. Com o passar do tempo e variação da temperatura no calor, os discos podem empenar.  

 

Pesquise Valores
Como saber se um disco é caro ou raro? O jornalista vai direto ao ponto: Perguntar ao amigo que já coleciona ou ir em alguma feira de discos é o início de uma boa pesquisa:

“Os discos do Nirvana são sempre caros e outras bandas que também são tão populares tem discos baratos. Uma das justificativas é que os discos do Nirvana foram lançados no Brasil entre o começo e metade da década de 1990, quando o mercado fonográfico já fazia a transição do “vinil para o CD”. E os vinis vendiam pouco com o público se interessando mais pelo CD. Por isso a tiragem dos discos de vinil era pequena. E hoje há poucas cópias disponíveis no mercado, fazendo com que sempre tenham preços acima da média” justifica o jornalista.

Outro exemplo pode ser dado nos discos do Legião Urbana. Os cinco primeiros são facilmente encontrados e sempre baratos porque tiveram grandes tiragens na época. Já a partir do “O Descobrimento do Brasil” lançado em 1993 fica mais difícil e mais caro.

 

De olho na arte
Outro aspecto bem bacana lembrado por Andye  está na arte das capas. O CD decepcionou muito os colecionadores porque o formato pequeno tirava o charme das capas. E muitos discos não tinham a arte e formato original dos vinis. As gravadoras e artistas sempre lançavam capas com formatos diferentes no vinil:

“Como a do “Physical Graffiti” (1975), do Led Zeppelin, com as janelas recortadas na capa. A do “Sticky fingers” (1971), do Rolling Stones, que vinha com um zíper de verdade na capa. Ou a polêmica “Diamond dogs” (1974), de David Bowie, numa capa gatefold (dupla) que na dobra principal tem o cantor deitado e ao abrir a capa aparece na segunda dobra o corpo de Bowie sendo o de um cachorro da cintura para baixo. Uma das mais citadas em melhor design é a do “Velvet Undeground & Nico” (1967″), feita por Andy Wharol, com um adesivo de uma banana. Ao se puxar o adesivo, aparecia na parte debaixo a banana, como se estivesse descascando a fruta.” completa  Andye

Serviço
Sétima Feira Vinil Vivo na Nova Garagem
Quando: 04 de Novembro, das 10h às 18h
Local: Nova Garagem – Rua México, 808, Bacacheri
Link do evento: https://goo.gl/VE75oS


Foto: Acervo Feira Vinil Vivo

Texto adaptado: Andye Iore
http://clubedovinildemaringa.blogspot.com.br/