O vereador João Cláudio Derosso (PSDB) negou a intenção de deixar o partido antes da reunião que vai avaliar o pedido de expulsão dele, na noite desta segunda-feira (07). Derosso diz que o advogado vai comparecer ao encontro para tomar conhecimento dos motivos que serão alegados para o processo de desfiliação e avisou que pretende contestá-los. O pedido de saída do partido, protocolado pelo deputado federal Fernando Francischini, deve ser analisado pelo conselho de ética do PSDB municipal.

“Dia 15 agora vai completar 10 meses do aparecimento das denúncias. O ‘bebê’ já teria um mês, e por enquanto nada foi comprovado. Eu não tenho bola de cristal sobre o que vai acontecer, mas nada impede uma decisão acordada fora do estatuto do partido. E eu tenho direito de recorrer até ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e é o que pretendo fazer dependendo do resultado”, disse em entrevista ao Portal Vanguarda Política.

Desde o surgimento das denúncias envolvendo o nome de Derosso, são os tucanos não ligados à política local curitibana que pedem a saída dele do partido. Além de Francischini, o presidente em exercício do diretório estadual, deputado Valdir Rossoni, presidente da Assembleia Legislativa, também defende a expulsão do vereador. Ele encara a situação naturalmente. “Os membros do PSDB curitibano são mais pé no chão”. Ele nega que possa haver medo dos companheiros de partido de que Derosso denuncie envolvimento de outros partidários em irregularidades. “Não tem nada disso”.

Derosso, no entanto, revela mágoa com aqueles querem vê-lo fora do PSDB. “Quem fez o PSDB em Curitiba fui eu. Entrei para o partido em 2002 e fiz uma limpeza nos quadros, preparando o terreno para a entrada do Beto (Richa) que era um nome forte para disputar a prefeitura. Naquela época, tínhamos quatro vereadores. Comigo na presidência do diretório municipal, fizemos 13 cadeiras na Câmara de Vereadores em 2008″.

Eleição 2012
Questionado sobre a tentativa de associar o nome dele ao do pré-candidato à reeleição, prefeito Luciano Ducci (PSB), – como adesivos com os dizeres “Juntos: Ducci & Derosso”, o vereador diz que é natural, porque o nome dele é um dos mais fortes do PSDB. Mas argumenta que nunca teve intenção de ser candidato a vice na chapa e que sempre defendeu o nome de Gustavo Fruet (atual PDT) para a posição.

Sobre a própria reeleição, Derosso diz que se for expulso do partido, não terá como disputar o pleito. “Por enquanto não há brecha na lei e nem jurisprudência que assegure uma disputa nessa situação. Mas como pretendo ir para a Justiça, posso criar a jurisprudência. Vamos pro pau”. Em entrevista às rádios e TVs que acompanhavam a sessão, ele disse que o melhor politicamente é que ele dispute a eleição e ainda soltou: “vou ser o vereador mais votado de Curitiba”.

Outros vereadores suspeitos
Sobre as denúncias de envolvimento de outros vereadores no suposto esquema de desvio de recursos da Câmara por meio das verbas de publicidade, Derosso acredita que não há irregularidade. “Eles são profissionais do rádio que precisavam comprar espaço nas emissoras para se comunicar. Sempre foi assim e não vejo nada de errado”.

Ele diz estar tranquilo em relação às denúncias. “O Tribunal de Contas aprovou todas as contas da Câmara. Eu só estou com os bens bloqueados em razão da contratação de funcionários fantasmas no gabinete do (ex) vereador Éde Abib. E isso porque eu assinei a nomeação dos funcionários. Não tinha, como presidente, como checar se havia irregularidades. Eu só conferia os documentos e estava tudo certo”.

A entrevista de Derosso foi concedida dentro da cozinha do plenário da Câmara, apenas ao Portal Vanguarda Política e à rádio CBN. Outros profissionais da imprensa tentaram acompanhar a conversa, mas o vereador proibiu a presença dos demais jornalistas.

Beto
Pela primeira vez, o governador Beto Richa adotou um tom mais forte em relação ao caso Derosso. Ele afirmou que as denúncias constantes na imprensa “incomodam”. Mas disse que não vai estar presente na reunião que vai discutir a expulsão do vereador. “Estou licenciado da presidência”.

Fonte e foto: Vanguarda Política

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