Henry Milleo/ Gazeta do Povo
Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Apesar do acirramento dos debates sobre a necessidade de ampliação da frota de táxis na capital, o curitibano ainda terá de esperar mais alguns meses para ver os novos carros alaranjados rodando. A Urbanização Curitiba S/A (Urbs), que administra o serviço na capital paranaense, ainda não definiu os critérios a que os taxistas terão de atender para receber as novas placas. A estimativa é de que o edital seja lançado, no máximo, até o fim deste semestre e que os 748 novos táxis estejam operando até o fim do ano.

“Estamos elaborando um edital consistente, para que não haja margens para eventuais discussões jurídicas ou contestações judiciais. Vamos com consistência, para evitar problemas”, justificou o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva. De acordo com a lei que regulamenta o serviço, as placas devem ser outorgadas a taxistas com mais tempo efetivo de atividade, mas que ainda não tenham licença em seu nome. No fim do ano passado, a própria Urbs chegou a estabelecer que esse seria o principal critério. Entretanto, o novo presidente da empresa afirmou que as regras ainda não estão definidas.

“Isso [o critério por tempo de atividade] ainda não está consolidado. Precisamos consolidar alguns pontos, mas posso adiantar que a formatação do edital está em via de se concluir”, disse Gregório. A lei também veda a concessão de placas a empresas e a pessoas que têm ou já tiveram permissões.

O Sindicato dos Taxistas do Paraná (Sinditáxi-PR) defende que os condutores que estão há mais tempo no volante dos táxis tenham prioridade na distribuição das novas placas. O presidente da entidade, Abimael Mardegan, garantiu que se esse critério não for adotado como parâmetro principal, a categoria deve questionar o processo.

“Há dois anos estamos brigando por novas placas e para que elas sejam destinadas a quem está há mais tempo na atividade. Temos esse compromisso da Urbs. Se não for assim, vai ter contestação”, afirmou.

A Urbs também pretende rever as 2.252 placas que hoje estão em operação em Curitiba. No início de março, a Gazeta do Povo mostrou que 80% das licenças estão em mãos de pessoas que não trabalham no serviço. Uma sindicância foi aberta para fazer um “pente-fino” nas autorizações. “Das ocorrências já identificadas, os envolvidos estão sendo chamados para depor”, disse Gregório. As investigações devem ser concluídas ainda em abril, segundo a Urbs.

Fonte: Gazeta do Povo