Foto: Montagem Aroldo Glomb
Na montagem publicada em seu Instagram uma hora antes das explosões, o catarinense Tiú França mostrava seu rosto explodindo, dando psitas de suas intenções. Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, natural de Rio do Sul, Santa Catarina, foi identificado como o autor das explosões que ocorreram na Praça dos Três Poderes, em Brasília, próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 13 de novembro. Francisco era chaveiro e ficou conhecido como “Tiu França”. Em 2020, ele se candidatou a vereador pelo PL, mas não foi eleito, recebendo apenas 98 votos.
Qual era a presença de Francisco nas redes sociais?
Francisco mantinha uma presença ativa nas redes sociais, onde compartilhava teorias conspiratórias, especialmente populares entre grupos de extrema-direita. Ele frequentemente expressava temores sobre uma suposta transformação socialista do Brasil, usando uma retórica anticomunista. Suas postagens também eram de cunho político e religioso, criticando o STF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e os líderes do Congresso, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco.
O que ele “anunciou” antes das explosões?
Antes de cometer o atentado, Francisco publicou mensagens ameaçadoras em suas redes sociais, fazendo referências diretas a “bombas” e “explosões”. Em uma de suas publicações, ele mencionou que a Polícia Federal teria “72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas”, sugerindo de forma simbólica os ataques que planejava realizar. Além disso, ele fez postagens em tom de ironia, afirmando não ser “terrorista”, mas sugerindo que o dia 15 de novembro, Proclamação da República, seria uma data “especial para iniciar uma revolução”.
Francisco anunciou de alguma outra forma o atentado?
Sim, em uma das postagens, ele compartilhou uma montagem sua no plenário do STF, com a legenda: “Deixaram a raposa entrar no galinheiro (chiqueiro)”, fazendo uma crítica à segurança do tribunal. Outra postagem fazia referência a “foguetinhos para comemorar o dia 13”, insinuando que o ataque foi planejado como um ato simbólico. A foto dessa montagem foi posteriormente apagada de suas redes.
Como aconteceram as explosões?
De acordo com as autoridades, Francisco estacionou seu carro próximo ao anexo da Câmara dos Deputados, onde detonou explosivos. Ele tentou se aproximar do STF na noite de quarta-feira, mas foi impedido. Em confronto com os seguranças, Francisco lançou dois a três artefatos explosivos e alertou que não se aproximassem. Testemunhas relataram que ele estava vestido de forma que lembrava o personagem Coringa, com um terno decorado com naipes de cartas e um chapéu branco.
Como Francisco morreu?
Ao final do ataque, Francisco se deitou com um explosivo próximo à cabeça e acionou o artefato, o que resultou em sua morte.