A indústria pesada nacional, que engloba siderurgia e mineração, não pode negligenciar o tempo perdido no chão de fábrica: qualquer atraso pode trazer prejuízos enormes para todos os setores envolvidos e isso tem impactado significativamente na produtividade da indústria nacional.
O volume de aço bruto exportado pelo Brasil até a metade de 2024 foi de 13,56 milhões de toneladas, com boa parte da produção destinada para a China, maior compradora da nossa produção. O país asiático, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, foi responsável pela entrada de US$4,6 bilhões na indústria nacional apenas em maio deste ano, mas não é o único comprador, além do Brasil não ser o único vendedor, por isso, assertividade na produção é fundamental.
A importância da gestão de tempo na produção
Para Renato Pádua, Gerente Comercial da RH NOSSA, uma das maiores terceirizadas do Brasil, o caminho para evitar atrasos está na adoção de práticas de gestão de tempo na produção, desde o recebimento da matéria-prima até a entrega final:
“A gestão eficiente do tempo na produção é crucial para evitar atrasos e prejuízos. Desde a chegada da matéria-prima até a entrega do produto final, cada etapa precisa ser cuidadosamente monitorada e otimizada para garantir que os prazos sejam cumpridos e a qualidade do produto seja mantida.”
Mapeamento de fluxo produtivo: encontrando gargalos
Para que as fábricas brasileiras consigam melhorar o fluxo interno, incluindo gestão de tempo, com análises minuciosas em todas as etapas do chão de fábrica, é preciso um mapeamento de fluxo, detectando gargalos invisíveis para quem está inserido na rotina, ajudando empresas a descobrirem, por uma visualização sistêmica, o que precisa ser mudado:
“Se o setor de acabamento estiver atrasando, o problema pode estar em uma etapa anterior, que atrasa constantemente. É preciso engenharia de serviços para encontrar esse problema, demonstrar qual é a relação com o fluxo produtivo e entregar uma solução definitiva.”
O papel dos especialistas em melhorar a produção
Renato lembra que, se fosse fácil descobrir o que está errado na produção usando a percepção de gestores da própria operação, esses problemas nem existiriam:
“Tudo que estiver relacionado com chão de fábrica está diretamente conectado com melhoria de processo, gestão de estoque, ações de manutenção e consultoria de gastos. O que obstrui operações se torna óbvio quando uma equipe de especialistas consegue detectar onde há desperdício de tempo, mudando o seu jogo na exportação.”