Operação Multiestadual
A ação acontece simultaneamente em dez municípios de cinco estados: Toledo, Cascavel, Pato Bragado, Marechal Cândido Rondon, Capitão Leônidas Marques e Capanema, no Paraná; Balneário Camboriú, em Santa Catarina; Ribeirão das Neves, em Minas Gerais; e nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro. Participam da ação mais de 180 policiais.
Além da PCPR e do Gaeco, a operação conta com o apoio das polícias civis do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e do Gaeco de Santa Catarina.
Início da Investigação
A investigação iniciou-se em março de 2023, com a apreensão de cerca de duas toneladas de maconha em um fundo falso de caminhão frigorífico. Após a ação, foi identificado o local onde a droga seria armazenada e, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, a PCPR localizou um segundo caminhão frigorífico com fundo falso, grande quantidade de munição de fuzil e um bunker, sob um chiqueiro de porcos, onde o entorpecente era armazenado.
Métodos de Distribuição
A investigação da PCPR apontou que a distribuição do entorpecente era feita por meio de caminhões frigoríficos, escolhidos pela dificuldade de fiscalização destes, já que o rompimento do lacre pode comprometer o produto. A PCPR apurou que os indivíduos mascaravam os valores oriundos do comércio dos entorpecentes por meio da aquisição de bens móveis, imóveis e ouro.
Envolvimento de Policiais
Entre os investigados, um policial civil do Estado de São Paulo, suspenso na primeira fase, agora teve sua prisão preventiva decretada.
Em Marechal Cândido Rondon, dois dos investigados foram alvos de diversos disparos de arma de fogo no dia 29 de maio de 2024, resultando na morte de um deles e em ferimentos graves no outro, que é o policial civil de São Paulo.
Os autores, também investigados, foram presos logo após o homicídio. O crime foi motivado por desacerto entre os membros da organização, que foi parcialmente esfacelada com a prisão de seu líder, em agosto de 2023.
Outros Suspeitos e Modus Operandi
Um dos alvos é um jornalista do Rio de Janeiro, suspeito de ser o responsável pela contabilidade e gerência das contas bancárias.
Conforme apurado, os chefes da organização criminosa ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos. Em quatro anos, a organização movimentou mais de R$ 100 milhões por meio de dinheiro em espécie e transações bancárias feitas em contas de “laranjas” e testas de ferro, muitas delas empresas de fachada criadas apenas para movimentar o dinheiro advindo da atividade criminosa.