Galeria celular e novas pontes fortalecem infraestrutura para prevenir alagamentos em Curitiba

Na tarde desta segunda-feira (18/3), o prefeito Rafael Greca acompanhou o lançamento de mais uma obra de macrodrenagem na cidade, a quarta grande ação iniciada neste trimestre para tornar Curitiba mais resiliente aos efeitos das chuvas intensas e frequentes, atribuídas às mudanças climáticas. As obras de implantação de uma galeria celular e duas novas pontes no Rio Cascatinha, em Santa Felicidade, integram as ações comemorativas pelos 331 anos de Curitiba.

A galeria celular está sendo implantada entre as ruas Carlos Vieira de Camargo e Marchanjo Bianchin, no interior do rio que pertence à Bacia do Barigui. Construída de concreto armado, terá 100 metros de comprimento e paredes de 4 metros de altura.

“Entre os meandros do Rio Cascatinha, num fundo de vale muito problemático, que tem uma ocupação há mais de 50 anos, nós conseguimos equacionar uma diretriz de arruamento e de canalização e contenção de encostas. Vamos recompor a rua, construir pontes e salvar as casas que estão para ser tragadas pelos meandros do rio”, disse Greca ao explicar aos moradores como a obra será executada.

O objetivo da nova galeria celular é fazer a contenção das margens e conduzir o curso d’água com melhor vazão, evitando alagamentos no local. As duas pontes de madeira, uma sobre cada uma das vias, serão substituídas por novas de concreto.

O Rio Cascatinha nasce na região conhecida como Jardim Pinheiros e tem sua foz no Rio Barigui, dentro do parque de mesmo nome. A obra integra o programa Curitiba Contra Cheias, que está alinhado ao compromisso da Prefeitura pelo zelo por Curitiba. O investimento é de R$ 2,6 milhão, com recursos do Novo PAC do Governo Federal.

Com os moradores
Recebido pela comunidade, o prefeito explicou a legislação que proíbe a ocupação e construção de edificações nas áreas de manutenção e preservação das margens dos rios e córregos da cidade.

“As pessoas precisam perceber, nessa lição de geografia de Curitiba, que não se deve ocupar fundos de vale, porque rios têm meandros, e quando as águas escolhem para onde vão, conforme as ondas de cheia, podem acontecer erosão, desbarrancamento e perda das construções em cima do rio. Há um uso antigo de ocupar na beira do rio para pegar água mais fácil, mas isso hoje em dia não é mais permitido”, completou o prefeito.

Vazão controlada
Segundo o secretário municipal de Obras Públicas, Rodrigo Araújo Rodrigues, a previsão é de que os trabalhos sejam concluídos até o segundo semestre deste ano. “A funcionalidade da estrutura proporcionará, durante períodos críticos, uma vazão controlada dentro da galeria, evitando assim alagamentos locais”, explica Rodrigues.

Para quem mora na região ver o início da obra é uma a certeza de que os alagamentos, comuns nos dias de chuva forte, já não vão mais acontecer. A aposentada Julinda de Lima Pereira, uma das mais antigas moradoras do local e uma das articuladoras na solicitação dos serviços na Prefeitura, foi ao encontro do prefeito para agradecer a atenção do município com o bairro.

“Vendo os maquinários, contemplando os trabalhadores, sinto que a minha missão está cumprida como cidadã. Nos reunimos na regional, na Prefeitura e os serviços estão aí, acontecendo” comemora Julinda.

O educador físico Edson Luiz Pereira, neto de Julinda, foi companheiro da avó nas reivindicações. “Eu estou feliz porque ajudei a correr atrás das melhorias. Eu sempre quis que minha avó pudesse sair e voltar para casa de pés limpos e secos”, disse Edson.

Cardume de lambaris
Também foi até o prefeito o ilustrador e morador do bairro Marcus Roberto Camargo, que se considera um guardião do rio e da natureza da região. Em um balde com água ele reuniu um pequeno cardume de lambaris, bagres e outras espécies de peixes que retirou do Rio Cascatinha, para mostrar como a ações da Prefeitura estão sendo importantes para a manutenção da saúde do rio. Depois, os devolveu ao rio.

“Nosso rio, tão amado e precioso, está recebendo atenção e cuidados e isso está surtindo efeitos, os peixes e outras espécies da natureza estão voltando a habitar o Cascatinha”, contou Marcus.

Nos bairros
Outros bairros da cidade também começaram a receber intervenções de macrodrenagem neste ano. No Fazendinha, no Córrego Vila Formosa, equipes trabalham na implantação de canal em forma de “U” para estabilização dos taludes. No Seminário, o trabalho em andamento é para implantação de uma nova galeria de águas pluviais na Rua Jaime Veiga.

Também recebe uma nova galeria de águas pluviais a Rua Aviador Armin Buhrer, no Uberaba.

Curitiba Contra Cheias
O programa Curitiba Contra Cheias reúne recursos, intervenções e serviços em todos os bairros para fazer com que Curitiba seja cada vez mais resiliente aos efeitos das condições climáticas. Além das obras e serviços, são desenvolvidas ações de manutenção e preventivas, como as limpezas e desassoreamentos de rios e cursos de água, que são contantes nos bairros.

Foto: Daniel Castellano/ SMCS
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