Todos nós seremos idosos um dia, afinal o envelhecimento é um processo natural e inevitável. E quando essa fase da vida chega, é preciso ficar atento aos cuidados especiais para prevenir quedas em pessoas idosas, ajudando, assim, a promover a saúde e bem-estar delas.
Segundo dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, a estimativa entre os idosos com 80 anos ou mais é que 40% sofram quedas todos os anos. Dos que moram em instituições de longa permanência, asilos ou casas de repouso, a frequência de quedas é ainda maior: destes, 50% podem cair.
De acordo com o otorrinolaringologista do Hospital Otorrinos Curitiba, Dr. José Luiz Pires Junior, diversos fatores podem contribuir para a falta de equilíbrio nos idosos, que se torna mais frequente a partir dos 70 anos.
“As principais causas de falta de equilíbrio nos idosos são as patologias crônico-degenerativas, com a perda de massa e força muscular; distúrbios do sono; abuso de bebidas alcoólicas; medicamentos psicoativos; baixa qualidade auditiva; perda de capacidade do olho para distinguir detalhes espaciais; hipertensão; anemia; diabetes; hipotireoidismo e sedentarismo”, explicou a especialista.
Causas da queda em idosos
As quedas em idosos podem ser causadas por diferentes fatores, entre os principais estão:
:: Fraqueza muscular e perda de equilíbrio: com o envelhecimento, os músculos tendem a perder força e flexibilidade, o que pode levar a um desequilíbrio e aumentar o risco de quedas.
:: Alterações na mobilidade: problemas de marcha, como arrastar os pés, desequilíbrio ao andar ou dificuldade para se levantar de uma cadeira, podem aumentar o risco de quedas em idosos.
:: Problemas de visão: alterações na visão devido a condições como catarata, glaucoma ou degeneração macular podem prejudicar a percepção de profundidade e causar dificuldades na identificação de obstáculos.
:: Medicamentos: certos medicamentos, como sedativos, hipnóticos, antidepressivos, antipsicóticos e medicamentos para pressão arterial, podem causar tontura, sonolência ou desequilíbrio.
:: Problemas de saúde crônicos: condições de saúde crônicas, como doenças cardíacas, diabetes, osteoporose, artrite, doenças neurológicas ou distúrbios vestibulares, podem afetar a mobilidade, a coordenação motora e o equilíbrio, aumentando o risco de quedas.
:: Ambiente doméstico inadequado: tapetes soltos, superfícies escorregadias, escadas sem corrimão, falta de iluminação adequada e outros problemas no ambiente doméstico podem contribuir para o risco de quedas.
:: Alterações cognitivas: condições como demência ou comprometimento cognitivo podem afetar a capacidade do idoso de reconhecer e evitar situações de risco, aumentando o risco de quedas.
O que fazer quando um idoso sofre uma queda?
Se o idoso cair ou ficar ferido, com dificuldade de se movimentar ou perder a consciência, ligue para o 193 (SIATE) com urgência para verificar a necessidade de levá-lo ao hospital.
Para o idoso que mora sozinho, a orientação é que a família deixe um dispositivo telefônico portátil de emergência.
Previna as quedas
Os familiares devem ficar atentos aos sinais da falta de equilíbrio nos idosos. A queda costuma ser o principal indicativo e, caso isso aconteça com frequência, é importante uma avaliação médica rigorosa.
E para preveni-la, a família tem papel fundamental nesse processo, como observar a disposição dos móveis em casa, o tipo de calçado utilizado, se há tapetes no ambiente, entre outros.
“Em casa, elimine objetos e móveis desnecessários. Outra dica importante é evitar ambientes com escadas e não deixar tapetes muito lisos no chão. No banho, vale usar os tapetes antiderrapantes. Verifique, ainda, se os calçados estão bem adaptados aos pés, e nunca levante no escuro”, orientou o otorrino.
Como melhorar o equilíbrio
Segundo o especialista, a prática esportiva em geral melhora o equilíbrio corporal, como exercícios para o fortalecimento corporal, desenvolvimento da agilidade, coordenação e força muscular.
“Quando o paciente cuida da saúde, os problemas com o desequilíbrio são amenizados. As dicas principais são: manter uma dieta saudável com ingestão de cálcio e vitamina D, reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas, consultar um otorrinolaringologista e cuidar da audição. Manter-se sempre ativo e tomar as medicações corretas indicadas pelo médico é fundamental para uma vida mais tranquila, com qualidade e feliz”, finalizou Pires.
Com informações: Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia
Foto: Divulgação
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