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Dia 01º de outubro é o Dia Mundial da Urticária, uma das reações de pele mais comuns vista pelos médicos, e que se caracteriza por urticas (placas vermelhas) que aparecem de repente na pele, gerando bastante coceira. A doença não é contagiosa e tem tratamento adequado.
Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), cerca de 20% da população apresenta um episódio de urticária em algum momento da vida, podendo acometer pessoas de ambos os sexos, em diferentes faixas etárias, do bebê ao idoso.
Dra. Rosaly Vieira dos Santos, médica alergista especialista em urticária e doenças alérgicas e membro da ASBAI, reforça a importância de aumentar a conscientização sobre a doença entre familiares e amigos, já que viver com urticária pode ser um desafio constante.
“A urticária vai muito além de uma questão ‘estética’ da pele. O paciente pode ter surtos imprevisíveis, com impacto no dia a dia. A doença pode interferir no sono, nos relacionamentos pessoais e profissionais, por exemplo. Por isso, é importante acompanhamento e tratamento adequados”, completa Rosaly.
Visando oferecer um ambiente acolhedor a pacientes que sofrem com a doença, será realizado neste domingo (01/10) um encontro presencial em Curitiba, a partir das 16h, com o objetivo de compartilhar informações e histórias sobre a doença, ressaltando a importância do cuidado universal e acessível a todos. Será no Ed. Biocentro – Rua Padre Anchieta, 1846 – Andar CS – Salão de Eventos. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas aqui, clique e participe.
O que é urticária
A urticária é um grupo comum e debilitante de doenças caracterizadas por urticária recorrente, angioedema ou ambas. Cerca de 1 em cada 5 pessoas tem urticária em algum momento da vida. São crônicas quando duram mais de 6 semanas.
São urticas que aparecem de repente na pele, na maioria das vezes vermelha, que coçam (o paciente pode ter a sensação de queimação). Podem aparecer no corpo inteiro ou apenas em regiões localizadas sem razão aparente, ou em alguns casos a certos estímulos, como após a exposição solar ou ao frio. Não é incomum ocorrer um inchaço da pele mais profunda, que é chamado de angioedema.
“Uma característica da urticária é a sua volatilidade, ou seja, as urticas permanecem apenas algumas horas em um local e deixam de existir sem deixar qualquer sinal”, lembra Dra. Rosaly.
Sintomas da urticária
O sintoma mais comum é a coceira intensa, mas as lesões podem provocar a sensação de queimação ou ardência. A doença afeta a qualidade de vida do paciente, que em muitos casos não consegue trabalhar nem ter uma boa noite de sono.
“Os sinais e sintomas da urticária podem reaparecer a qualquer momento, durante horas ou meses, e pode ocorrer inchaço rápido e localizado, que normalmente atinge as pálpebras, lábios, língua e garganta. Este inchaço é chamado de angioedema e, algumas vezes, dificulta a respiração, constituindo risco de vida”, alerta a especialista.
Existe, ainda, uma complicação chamada anafilaxia, na qual a reação envolve todo o corpo, causando náuseas, vômitos, queda da pressão arterial e edema de glote (garganta) com dificuldade para respirar. Esses casos são graves e precisam de atendimento de emergência.
A urticária pode piorar com as altas temperaturas. “O calor pode ser causa ou gatilho (fator de piora) de outros tipos de urticária”, lembra Rosaly.
Tipos de urticária
De acordo com o tempo de duração, a urticária pode ser:
:: Urticária Aguda: quando os sinais e sintomas desaparecem em menos de seis semanas;
:: Urticária Crônica: quando os sintomas duram por seis semanas ou mais.
Também são classificadas com espontâneas ou induzidas:
:: Urticária espontânea: quando as urticas aparecem mesmo sem estímulo
algum, de forma espontânea, como o próprio nome diz.
:: Urticária induzida: quando se consegue induzir a urticária, como por ex: urticária ao
calor, ao frio, à pressão, solar, entre outras.
Mitos e verdades
Confira alguns mitos e verdades sobre a urticária
:: A pessoa que tem urticária crônica terá também choque anafilático?
MITO. O choque anafilático e edema na glote são mais comuns em pacientes que apresentam urticária aguda, sendo muito raros na urticária crônica.
:: Urticária é contagiosa.
MITO. A doença não é contagiosa e nem transmitida de uma pessoa para outra.
:: Estou grávida e tenho urticária. Meu filho também terá?
MITO. O fato de a mãe ter urticária não significa que o filho também a terá.
:: Pessoas com urticária crônica devem fazer dieta e evitar corantes, leite e glúten.
MITO. Nem toda pessoa que tem urticária terá obrigatoriamente alergia ao leite e ao glúten. Por isso, não há necessidade desta dieta, a não ser em casos específicos detectados pelo médico especialista.
Dicas para um tratamento eficaz
A Dra. Rosaly reforça que para um tratamento eficaz, é fundamental que o paciente procure um médico especialista em urticária, podendo ser alergista ou dermatologista.
“O especialista vai identificar as possíveis causas ou fatores de piora, os tipos de urticária associados e indicar o melhor tratamento, com o objetivo de controle total da doença. O corticoide pode ser usado para períodos de crise, mas como controle da doença está totalmente proibido”, alerta.