Catadores do Ecocidadão vão testar carrinhos elétricos pelas ruas de Curitiba

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Os associados das cooperativas de catadores de materiais recicláveis do programa Ecocidadão, da Prefeitura de Curitiba, vão começar a testar dois carrinhos elétricos para fazer a coleta de materiais recicláveis na capital. Nesta terça-feira (19/9), o prefeito Rafael Greca, o vice-prefeito e secretário de Estado das Cidades, Eduardo Pimentel, e o presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Carlos Valter Martins Pedro, assinaram o termo de comodato que cedeu dois carrinhos elétricos para as associações Acuba e Mutirão, que participam do Ecocidadão.

O evento foi na sede da Associação Acuba, na Rua Ludovico Zanier, 319, CIC. Os dois carrinhos elétricos serão testados como protótipos. O projeto foi desenvolvido pelo Instituto Senai de Tecnologias, em parceria com o instituto Gerando Falcões e tem o nome de Projeto Formiga.

“Esses carrinhos inteligentes, assim como a cidade de Curitiba é inteligente, não usam a força humana para se movimentar. Eles usam a força da eletricidade. Se os catadores aprovarem, esse carrinho será o futuro para a reciclagem. A inovação só vale quando ela se transforma em processo social”, afirmou Greca.

O vice-prefeito e secretário de Estado das Cidades, Eduardo Pimentel, agradeceu a todos os catadores pelo importante trabalho que fazem para ajudar Curitiba a ser uma das cidades mais sustentáveis da América Latina.

“Essa entrega dos carrinhos elétricos é para fortalecer cada vez mais o trabalho que os catadores do Ecocidadão fazem em Curitiba. Esse trabalho continuará a ser feito na capital para incrementar a renda de cada família que participa do programa”, disse Pimentel.

Testes

Os catadores das associações Acuba e Mutirão participaram de um treinamento para conhecer os dois carrinhos elétricos, na semana passada. Todos afirmam que o equipamento vai ajudar no trabalho do dia a dia.

Sônia Mara de Oliveira, de 63 anos, há 10 anos trabalha na Associação Mutirão, no Bairro Novo. “O carrinho é ótimo, fácil no manejo. Não vamos precisar fazer força, principalmente nas subidas, e cabe bastante material dentro”, disse.

Para Leoni Maria Linhares, 59 anos e 13 na Associação Acuba, a novidade também vai ajudar no dia a dia. Ela conta orgulhosa como o Ecocidadão mudou a vida dela e da família. “Com o Ecocidadão consegui tudo o que queria, construí minha casa e encaminhei meus dois filhos na vida, hoje eles trabalham na área de vendas”, contou.

O presidente da Fiep explicou que o investimento no projeto também vai trazer muitos ganhos sociais. “Agora os dois carrinhos irão para o teste efetivo, de rua, para ver a aprovação final dos catadores, depois que o Senai e nós da indústria fizemos o investimento nestas duas unidades. Quero ressaltar a extrema importância da reciclagem que o programa Ecocidadão faz. Esse é o grande valor social e nós da indústria também temos essa função social”, afirmou o presidente da Fiep.

Projeto Formiga

O Projeto Formiga do Senai propõe a transformação na vida dos catadores de recicláveis e no poder da inovação para gerar impacto social. O objetivo é proporcionar uma boa experiência para os trabalhadores, garantindo condições de trabalho mais dignas, cuidados na ergonomia, segurança durante a jornada de trabalho e melhoria na qualidade de vida.

Família Folhas

Os integrantes da Família Folhas participaram do evento e reforçaram a mensagem da correta separação do lixo e de como os recicláveis podem gerar renda para as famílias que participam do Ecocidadão.

Ecocidadão

Sob a responsabilidade da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o Programa Ecocidadão surgiu em 2007 e tem as suas raízes ainda na década de 1990, durante a primeira gestão do prefeito Rafael Greca, com o programa Carrinheiro Cidadão, lançado na ocasião pela primeira-dama Margarita Sansone. Na época, Curitiba foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas com o Prêmio Mundial do Habitat.

O programa conta com mil associados beneficiados. Os barracões recebem o material da coleta feita pelos caminhões do Lixo que Não é Lixo, além do material entregue diretamente pela população ou por empresas e condomínios próximos aos barracões. Nos locais, é feita a separação, triagem e venda para reciclagem e reaproveitamento. Cada associação recebe um valor por tonelada pelo beneficiamento.

Segundo a diretora de Educação Ambiental, Leila Zem, o programa Ecocidadão faz a classificação de todo o lixo da coleta seletiva de Curitiba, tanto do Lixo que Não é Lixo quanto do Câmbio Verde. “As 40 associações do Ecocidadão recebem 1.700 toneladas de lixo reciclado por mês. Elas são responsáveis pela separação e triagem de 100% dos recicláveis da coleta seletiva de Curitiba”, afirmou Leila.

O lucro das associações do Edocidadão vem da venda de materiais. O repasse da Prefeitura de Curitiba cobre a manutenção de equipamentos e as despesas do galpão, como água e luz, além da compra de fitas para organizar o material.

 

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