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Rodovias com asfalto novo ou bem conservado impactam diretamente no número de acidentes que causam irreparáveis perdas de vidas e prejuízos tanto para donos de veículos quanto para entidades públicas. Os dados da Confederação Nacional de Transportes (CNT) , Painel CNT de Consultas Dinâmicas dos Acidentes Rodoviários, mostram que os gastos estimados por acidentes ocorridos em rodovias federais em 2022 foi de R$ 16 bilhões, praticamente 100% maior do que todo o investimento público federal aplicado no ano passado na malha pública federal, que foi de R$ 6,51 bilhões.
Muitos dos 64.447 acidentes nas rodovias federais durante 2022, que resultaram em 52.948 vitimadas, dentre mortos ou feridos, são resultados de imprudência de motoristas com rodovias sem condições adequadas:
“Quantas das 5.432 vidas perdidas em acidentes rodoviários poderiam ter sido poupadas se as condições das rodovias estivessem em dia? As entidades públicas que cuidam da manutenção das rodovias precisam ficar atentos com essa questão quanto antes” explica Bernardo Oliveira, gestor da construtora De Amorim que atua com pavimentação pesada em rodovias.
Todo pavimento asfáltico vai desgastando com o passar dos anos pela ação do tempo que afeta principalmente estradas mais antigas e a intensa movimentação de veículos, principalmente com cargas pesadas. Essas falhas estruturais impactam diretamente nos veículos que perdem o controle em alta velocidade, resultando em acidentes:
“Desgaste nas suspensões, avarias em pneus, danos diretamente na carroceria de caminhões e até quebras no eixo de direção podem ser resultado de estradas em péssimas condições. Estradas com buracos podem danificar veículos em movimento ao ponto de derramar óleo na pista, deixando o trecho muito mais perigoso fazendo carros, caminhões e ônibus derraparem.”
Prevenção com manutenção
Antes mesmo que uma rodovia apresente problemas mais graves, como buracos e rachaduras, as rodovias precisam evitar o processo de deterioração. Para Bernardo, a maioria dos problemas que causam acidentes poderia ser resolvido com intervenções nas camadas superiores de asfalto, mas pode acontecer de algumas vias apresentarem péssimas condições por deterioração da estrutura mais profunda:
“O resultado são pistas repletas de buracos, trincas e ondulações. Se a rodovia tiver histórico de remendos anteriores, os problemas ficam mais aparentes e fáceis de serem observados. Todas as rodovias vão sofrer com desgaste, umas mais impactadas pela falta de manutenção no tempo adequado, outras pelo tipo de tráfego, além de condições climáticas e a própria qualidade do pavimento antigo que precisa ser trocado”
Tempo para reparar
Se cada rodovia tem uma realidade em sua conservação, a recomendação geral de Bernardo é que a pavimentação seja refeita entre cinco e dez anos, sempre observando os fatores de deterioração e as condições locais:
“Independente da obra que precisa ser realizada, o maior objetivo é manter rodovias seguras para que as viagens sejam tranquilas do ponto de vista estrutural”, completa o especialista da construtora De Amorim.