Programa habitacional de Curitiba recupera áreas de preservação antes degradadas

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Para a Prefeitura de Curitiba, habitação popular e preservação do meio ambiente caminham juntas. Foi desta maneira que intervenções da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) viabilizaram a recuperação de áreas de proteção ambiental que estavam ocupadas irregularmente. Habitações irregulares deram lugar a bosque e locais de lazer e convivência.

Desde 2017, o reassentamento para novas moradias de 610 famílias que habitavam locais impróprios, como margens de rios, fundos de vale e encosta de morro, permitiu a recuperação ambiental de 62 mil metros quadrados de áreas de preservação. As ações possibilitaram o plantio de 34 mil metros quadrados de grama e quase 8 mil mudas de árvores, em locais que estavam deteriorados pela ocupação indevida.

A implantação e preservação de áreas verdes, que servem como espaços de lazer e convivência da população, fazem parte do programa Curitiba Viva Bem, uma série de políticas públicas com o objetivo de promover a saúde e a qualidade de vida dos cidadãos.

Bosque da Colina

Bosque da Colina, inaugurado pelo prefeito Rafael Greca no início de 2020, é um bom exemplo. Ali viviam de forma precária em sub-habitações 156 famílias, na chamada Vila Nori. Enfrentavam risco de deslizamento do morro e também de alagamentos.

Para abrigar as famílias que moravam na área de preservação, um novo conjunto habitacional foi construído no bairro Cachoeira – o Moradias Maringá, composto por 156 sobrados. Após a transferência, a Cohab iniciou a implantação do bosque, que conta com ciclovias, escadarias devido à grande inclinação do terreno, área de passeio com bancos de eucalipto, 3 parquinhos infantis em eucalipto, plantio de 15 mil m² de grama e 1,5 mil mudas de árvores.

A agente de saúde Janete Alves, 40 anos, é moradora do bairro há 25 anos. Ela destaca a transformação que presenciou após as obras de recuperação ambiental, que levaram melhor qualidade de vida para a comunidade.

“Esse espaço público foi um verdadeiro presente, considero como o quintal da minha própria casa. O bosque não apenas embeleza o cenário local, mas também é um ponto de encontro muito utilizado pelos moradores, além de servir como caminho para os estudantes chegarem até a escola”, disse Janete.

Vila Beira-rio

Outra obra recente de recuperação ambiental promovida pela Cohab foi finalizada em abril deste ano na Vila Beira-rio, no Tatuquara. Nesse projeto, 60 famílias foram transferidas de condições precárias nas margens do Arroio da Ordem, enquanto outras 57 permaneceram em áreas passíveis de regularização.

Na área recuperada foram plantados 1,6 mil metros quadrados de grama e 322 mudas de árvores, além da implantação de uma pista de caminhada, cancha de mini-futebol e área de convivência com bancos.

Os moradores da região já estão desfrutando do novo espaço, como a aposentada Genoveva Markesvis, de 81 anos. Moradora local há duas décadas, em 2020 ela foi transferida da margem do arroio para uma casa da Cohab na própria vila, onde vive com mais segurança.

“Ficou uma benção, com bastante árvore, bem como a comunidade queria. Era um local que não tinha nenhum uso, ficou ótimo para encontrar os vizinhos e conversar, para a criançada brincar. Podem ter certeza que vamos cuidar muito bem”, afirma ela.

 

Bacias hidrográficas

O trabalho da Cohab possibilitou a recuperação de córregos, rios e fundos de vale nas bacias hidrográficas dos rios Atuba, Barigui e Belém. De acordo com o presidente da Companhia, José Lupion Neto, a Prefeitura age com respeito às pessoas e ao meio ambiente.

“O prefeito Rafael Greca costuma frisar que beira de rio não é lugar para morar. Em nossos projetos garantimos moradia digna para as famílias e revitalizamos a natureza que se encontrava degradada”, destaca Lupion.

Outros locais que estavam habitados de forma irregular e receberam obras de revitalização ficam nas Vilas Acrópole e Autódromo, ambas no Cajuru; Bela Vista da Ordem, no Tatuquara; Flávia Borlet, no Boqueirão; Vila Nina, no Fazendinha; Vila Prado, no Prado Velho e Vila Verde, na CIC.

“Promovemos recuperação ambiental de acordo com a legislação. A instalação de parquinhos, áreas de estar e canchas esportivas funcionam como um convite à população, para que utilize e ajude a cuidar do espaço”, destaca a diretora técnica da Cohab, Melissa Kesikowski.

As 610 famílias que foram reassentadas para liberar áreas de preservação receberam unidades habitacionais no Moradias Alamanda e Acrópole, no Cajuru; Moradias Arapoti e Moradias Arroio, na CIC; Moradias Bela Vista da Ordem e Moradias Creta, no Tatuquara; Moradias Faxinal, no Santa Cândida; Moradias Maringá, no Cachoeira; Moradias Prado, no Prado Velho; Moradias Vila Nina, no Fazendinha; e Moradias Parolin, no Parolin.

Próximas

Dois grandes projetos para reassentamento de famílias estão em andamento em Curitiba. A construção de 108 casas na Vila Divino (Atuba) e 752 unidades habitacionais que estão em obras no Bairro Novo da Caximba. Após a transferência dos moradores para os novos conjuntos, as áreas desocupadas serão as próximas a receber obras de recuperação ambiental.

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